sábado, 27 de fevereiro de 2021

Um Falso Profeta?

Por Maya Bohnhoff.


Uma questão que costumo ouvir de Cristãos – e que eu coloquei a mim própria antes de conhecer mais profundamente Bahá’u’lláh e os Seus ensinamentos – é esta:

"Como responde à acusação de que Bahá’u’lláh é um falso profeta?"

A questão foi colocada de forma diplomática pelo pastor da minha cidade (a quem vou chamar Dan) num encontro inter-religioso. Encontrei a resposta a esta pergunta no seguinte excerto do evangelho de Mateus:

Tudo quanto, pois, quereis que os homens vos façam, assim fazei-o vós também a eles; porque esta é a Lei e os Profetas. Entrai pela porta estreita (larga é a porta, e espaçoso, o caminho que conduz para a perdição, e são muitos os que entram por ela), porque estreita é a porta, e apertado, o caminho que conduz para a vida, e são poucos os que acertam com ela. 

Acautelai-vos dos falsos profetas, que se vos apresentam disfarçados em ovelhas, mas por dentro são lobos roubadores. Pelos seus frutos os conhecereis. Colhem-se, porventura, uvas dos espinheiros ou figos dos abrolhos? Assim, toda árvore boa produz bons frutos, porém a árvore má produz frutos maus. Não pode a árvore boa produzir frutos maus, nem a árvore má produzir frutos bons. Toda árvore que não produz bom fruto é cortada e lançada ao fogo. Assim, pois, pelos seus frutos os conhecereis. (Mateus 7:12-20)

Jesus fala de “frutos” que servem como traço distintivo entre um verdadeiro e um falso profeta. Que tipo de frutos mostraria um verdadeiro profeta além de defender a “Regra de Ouro” e apelar a que todos fizessem o mesmo? O Apóstolo Paulo esclarece este assunto na sua dissertação sobre o amor:

Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como o bronze que soa ou como o címbalo que retine. Ainda que eu tenha o dom de profetizar e conheça todos os mistérios e toda a ciência; ainda que eu tenha tamanha fé, a ponto de transportar montes, se não tiver amor, nada serei. E ainda que eu distribua todos os meus bens entre os pobres e ainda que entregue o meu próprio corpo para ser queimado, se não tiver amor, nada disso me aproveitará. (1Cor 13:1-3)

Estas afirmações colocam o amor acima da fé, acima de todos os milagres, acima de todas as doutrinas. Mas ainda indica o valor desses “frutos”: profecia, conhecimento, fé, caridade, generosidade, sacrifício... e, acima de tudo, o amor

Jesus afirma que os frutos bons não podem nascer numa árvore má, e pergunta: "Se Satanás expele a Satanás, dividido está contra si mesmo; como, pois, subsistirá o seu reino?" (Mt 12:26) Depois, Ele reitera no versículo 31 que a árvore é conhecida pelos seus frutos. Se não fossemos capazes de julgar alguém pelos seus frutos, porque iria o Senhor de toda a humanidade dizer-nos que somos capazes de o fazer?

Podemos usar o critério dado pelo próprio Cristo, para julgar os frutos da árvore de Bahá’u’lláh. Podemos ler por nós próprios as várias formas como Bahá’u’lláh ensina o mesmo conjunto de virtudes que Cristo ensinou. Ele também dá prioridade ao amor:

O propósito fundamental que anima a Fé de Deus e a Sua Religião é a salvaguarda dos interesses e a promoção da unidade da raça humana, o fomentar do espírito de amor e camaradagem entre os homens. (SEB, CX)

O amor e a unidade são os ensinamentos nucleares de Bahá’u’lláh. Ele não só proclama a verdade de Cristo e reitera os Seus ensinamentos, mas também O glorifica em várias ocasiões:

Sabe que quando o Filho do Homem entregou o Seu espírito a Deus, toda a criação chorou num grande pranto. Ao sacrificar-Se, porém, uma nova capacidade infundiu-se em todas as coisas criadas. As suas evidências, como se testemunha em todos os povos da terra, estão agora manifestas diante de ti. A sabedoria mais vasta que os sábios pronunciaram, o conhecimento mais profundo que qualquer mente explicou, as artes que as mãos mais hábeis produziram, a influência exercida pelo mais poderoso dos governantes, são apenas manifestações do poder vivificador libertado pelo Seu Espírito transcendente, omnipresente e resplandecente. 

Testemunhamos que quando Ele veio ao mundo, Ele derramou o esplendor da Sua glória sobre todas as coisas criadas. (SEB, XXXVI)

Milhões de pessoas em todo o mundo, de todas as origens étnicas, sociais e nacionais seguem Bahá’u’lláh e intitulam-se Bahá'ís. E os Bahá’ís reverenciam Cristo e todos os fundadores das grandes religiões mundiais, acreditando que estes Manifestantes de Deus ensinaram a mesma verdade essencial sobre o amor.

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Texto original: False Prophet? (www.bahaiteachings.org)


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Maya Bohnhoff é Baha'i e autora de sucesso do New York Times nas áreas de ficção científica, fantasia e história alternativa. É também compositora/cantora (juntamente com seu marido Jeff). É um dos membros fundadores do Book View Café, onde escreve um blog bi-mensal, e ela tem um blog semanal na www.commongroundgroup.net.

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