quarta-feira, 2 de agosto de 2023

Ian Kluge (1948-2023)


Tivemos hoje conhecimento do falecimento de Ian Kluge, um notável estudioso e investigador Bahá’í.

Ian nasceu na Alemanha em 17 de Maio de 1948; o seu pai era um prussiano ateu e a mãe alemã judia (e sobrevivente de um campo de concentração nazi); fugiram de territórios que hoje integram a Polónia e a Rússia. Em 1954, a família mudou-se para o Canadá, onde Ian cresceu. Concluiu os estudos superiores na Notre Dame University of Nelson; seguidamente fez uma pós-graduação na Universidade de Alberta, onde completou os seus estudos de doutoramento (mas não a dissertação). Ian conheceu a sua esposa finlandesa, Kirsti, num encontro casual; casaram-se em 1973 e tiveram quatro filhos, dois rapazes e duas meninas.

Ian afirmou que “o que me atraiu na Fé Bahá´í foi a sua perspectiva evolutiva e dialética, que, na minha opinião, Bahá´ís e não-Bahá´ís estão apenas a começar a entender, especialmente quando se trata de questões práticas como a natureza humana, a política, a economia, a psicologia e psicopatologia, género e relações de género”. Mais tarde, o pai de Ian também se tornou bahá'í.

Ian era um homem de muitos talentos. Publicou vários livros de poesia, escreveu peças de teatro, publicou estudos literários e era counista regular em vários jornais locais.

Ian era conhecido entre os Bahá'ís como um filósofo e escritor de religião comparada, ética, ciência e religião. Na Baha’i Library encontram-se disponíveis trinta e cindo textos de sua autoria. Ian foi membro do corpo docente do Wilmette Institute que criou os primeiros cursos de filosofia e teologia Bahá'í desse Instituto

Um amigo próximo dizia que ele “aumentou sozinho a profundidade, a sofisticação e a amplitude do nosso discurso na correlação da Fé com a tradição filosófica ocidental” e que “o seu trabalho permanecerá fundamental para qualquer um que explore um terreno semelhante nos tempos mais próximos." Ele era descrito como “uma personalidade poderosa, com uma presença forte e pontos de vista fortes, um grande coração, uma profunda dedicação à verdade e ao serviço, com uma sinceridade evidente e franca”.

Ian afirmou que teve uma experiência quase-morte como resultado de um afogamento aos 14 anos. “Foi uma experiência linda, visual, auditiva e espiritual.” Ele também teve “experiências ‘místicas’ espontâneas de incrível beleza e poder”. Num dos seus ensaios, afirmou que “na perspectiva Bahá’í sobre a vida e sobre a vida após a morte, a busca incessante por uma cada vez mais adequada auto-realização é uma visão positiva que reflecte a glória infinita que Deus concedeu à humanidade. Estamos todos envolvidos numa viagem sem fim de descoberta em que cada momento é simultaneamente um porto seguro e um ponto de partida”.

Ian Kluge partiu para uma nova viagem de descoberta, pelos mundos infinitos de Deus.

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FONTE: Ian Kluge, 1948-2023 (Wilmette Institute)

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