sábado, 20 de janeiro de 2024

Quais são os ensinamentos Bahá’is sobre diversidade?

Por Maya Bohnhoff.


A quarta questão de uma alma curiosa a que respondi relacionava-se com a diversidade da comunidade Bahá’í: quão diversa é a comunidade Bahá’í em termos de raça e cultura?

A Fé Bahá’í é uma religião global. Teve origem na Pérsia em 1844, mas espalhou-se pelo mundo desde então. A Índia tem a maior população Bahá'í entre as nações do mundo e, de acordo com fontes cristãs, a Fé Bahá'í tornou-se a segunda religião mais difundida na Terra, sendo o Cristianismo a mais difundida. Como podem imaginar, isto significa que a comunidade bahá’í global é tão diversa quanto a população onde se enraizou.

Na nossa comunidade local, por exemplo, temos crentes do Irão, da Eritreia, da Etiópia, do Vietname, de França, da Rússia, da América do Sul e, claro, dos EUA. Existem comunidades Bahá'ís que são uma miscelânea de etnias e outras que são predominantemente caucasianas, ou indígenas, ou hispânicas, ou asiáticas, ou aborígenes, ou afro-americanas. Por outras palavras, os Bahá’ís reflectem naturalmente a composição étnica da cultura circundante; em países como os EUA, o Reino Unido e o Canadá, onde a população é diversificada, a comunidade Bahá’í reflecte essa diversidade. Os Bahá’ís são encorajados a casar-se além das fronteiras étnicas e raciais para se tornarem personificações dos ensinamentos de Bahá’u’lláh sobre a unidade humana.

As nossas origens religiosas também são diferentes. Alguns vêm de famílias Bahá’ís multigeracionais, outros (como eu) vieram de origens cristãs, outros eram ateus ou agnósticos antes de se tornarem bahá’ís. A comunidade Bahá’í onde “cresci”, em Sierra Foothills, no norte da Califórnia, incluía crentes de várias origens: judeus, budistas, católicos, protestantes, pagãos e ateus.

Como não existem rituais Bahá’ís específicos, as formas que as actividades Bahá’ís assumem também são diversas. Como escrevi anteriormente, uma comunidade pode ter momentos devocionais usando música gospel, outras apresentando tambores e danças de arco, outra com cânticos persas... ou qualquer combinação destes.

Esta diversidade é intencional, pois o principal ensinamento de Bahá’u’lláh é a unidade da humanidade:

Diz o Grande Ser: Bem-aventurado e feliz é aquele que se levanta para promover os melhores interesses dos povos e raças da terra. Num outro trecho, Ele proclamou: Que não se vanglorie quem ama o seu próprio país, mas sim, quem ama o mundo inteiro. A terra é um só país, e a humanidade os seus cidadãos. (Bahá’u’lláh, Gleanings, CXVII)

Além disso, os Bahá’ís estão empenhados em trabalhar pela justiça e equidade no mundo. Os ensinamentos Bahá’ís dizem que os povos do planeta estão destinados a unificar-se, a criar uma sociedade global pacífica e unida, e a conseguir justiça para todos, independentemente da sua origem racial, classe social, religião ou nacionalidade. Todo o verdadeiro Bahá’í age constantemente para a realização destes objetivos grandiosos, como ‘Abdu’l-Bahá explicou nesta palestra proferida em Paris:
Que proveito há em concordar que a amizade é boa universal e em falar da solidariedade da raça humana como um grande ideal? A não ser que estes pensamentos sejam traduzidos para o plano da acção, eles são inúteis.

O mal no mundo continua a existir precisamente porque as pessoas falam apenas dos seus ideais e não se esforçam para pô-los em prática. Se as acções tomassem o lugar das palavras, a miséria do mundo seria rapidamente transformada em conforto…

As pessoas fazem muitas declarações de bondade, multiplicando belas palavras porque desejam ser consideradas maiores e melhores que os seus semelhantes, procurando a fama aos olhos do mundo. Aqueles que fazem o maior bem usam menos palavras sobre as suas ações.

Os filhos de Deus fazem as suas obras sem se gabar, obedecendo às Suas leis.

A minha esperança para vós é que que possais sempre evitar a tirania e a opressão; que trabalheis sem cessar até que a justiça reine em todas as terras, que mantenhais os vossos corações puros e as vossas mãos livres da injustiça. (Paris Talks, Part 1, #1)
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Texto original: What Are the Baha’i Teachings on Diversity? (www.bahaiteachings.org)


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Maya Bohnhoff é Baha'i e autora de sucesso do New York Times nas áreas de ficção científica, fantasia e história alternativa. É também compositora/cantora (juntamente com seu marido Jeff). É um dos membros fundadores do Book View Café, onde escreve um blog bi-mensal, e ela tem um blog semanal na www.commongroundgroup.net.

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