quinta-feira, 16 de dezembro de 2004

Epístola aos Reis (1): A Proclamação

Este é o primeiro de quatro posts sobre temas e destinatários da Epístola aos Reis revelada por Bahá'u'lláh em Adrianópolis. Entre parêntesis rectos indica-se o nº do parágrafo citado.
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AOS REIS DA TERRA: PROCLAMAÇÃO E ADVERTÊNCIA [2-14; 20-23]

Nos primeiros parágrafos da Epístola aos Reis (Súriy-i-Mulúk), Bahá'u'lláh começa por se dirigir aos "Reis da Terra", revelando-lhes a Sua posição como Mensageiro de Deus e o carácter da Sua Missão. Os "Reis da Terra" são exortados a aderir à Sua Mensagem e repreendidos pela sua indiferença perante a Sua Causa. Além disso, recorda-lhes como a mensagem do Báb mereceu a indiferença dos reis e a condenação dos sacerdotes persas.

Referindo-Se a questões de governação, o fundador da religião bahá'í aconselha os governantes a terminar com o clima de desconfiança que existe nas relações internacionais, a serem moderados na sua governação e a reduzir armamentos (devem manter apenas os necessários para protecção das suas cidades e territórios). Os gastos consequentes do clima de tensão e desconfiança, com a consequente corrida aos armamentos, provoca uma sobrecarga de impostos sobre os súbditos que é profunda injusta; e os reis devem ser símbolos de justiça!

A importância da justiça de um governante é repetidamente afirmada. Os mais desfavorecidos na sociedade devem receber uma atenção especial dos governantes. "Não coloqueis sobre nenhuma alma uma carga que não desejásseis fosse colocada sobre vós, e não desejeis para pessoa alguma o que não desejais para vós próprios. Este é o meu melhor conselho para vós..."[44] Um governante deve ter mais confiança em Deus e nos Seus Mensageiros do que nos seus poderes mundanos, exércitos e tesouros; Bahá'u'lláh adverte sobre as consequências para os governantes se estes não derem ouvidos às Suas advertências.

Ainda dirigindo-Se aos Reis, Bahá'u'lláh recorda as tribulações a que esteve sujeito, assim como a atitude dos reis perante as Suas tribulações: "Vinte anos se passaram, ó reis, durante os quais Nós, a cada dia, saboreávamos a agonia de uma nova tribulação… Embora cientes da maior parte das Nossas aflições, vós, no entanto, deixaste de deter a mão do agressor... Assim vos contamos a Nossa história e relatamos as coisas que Nos sobrevieram, para que Nos aliviásseis de Nossos sofrimentos e diminuísseis a Nossa aflição." [20,22]

AOS REIS DA CRISTANDADE [15-16]

Dirigindo-Se especificamente aos "Reis da Cristandade", Bahá'u'lláh censura-os por não terem acolhido nem se terem aproximado da Sua Mensagem e ainda persistirem nos seus "desejos corruptos". Recorda-lhe ainda que tudo o que eles são, e possuem, passará, e ele serão chamados à presença de Deus para prestar contas do seus actos. Nestes dois parágrafos, onde são citados alguns versículos dos Evangelhos, Bahá'u'lláh assume-Se claramente como sendo o retorno de Jesus Cristo. "Ó reis da cristandade! Não ouvistes as palavras de Jesus, o Espírito de Deus, «Vou embora e venho outra vez a vós»? Então porque é que quando Ele veio novamente a vós, nas nuvens do céu, fostes incapazes de vos aproximar d'Ele, de poder contemplar a Sua face e ser dos que atingiram a Sua Presença?"[15]

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