O número de estudantes bahá'ís expulso de universidades iranianas não pára de aumentar. É mais uma demonstração de que os estudantes bahá’ís são alvo de forte discriminação e têm enormes dificuldades para prosseguir estudos superiores.
No início do actual ano lectivo, 178 alunos foram admitidos em várias universidades, um pouco por todo o país; isto aconteceu pouco depois do Governo Iraniano ter alterado os critérios de admissão e deixado de exigir a identificação religiosa dos candidatos durante o exame de admissão. Mas em meados de Fevereiro, pelo menos 70 alunos tinham sido expulsos, depois das universidades terem tomado conhecimento que eles eram bahá’ís.
“Esta elevada percentagem de expulsões - todas elas ligadas a estudantes identificados como Bahá’ís - sugere que o Governo está a fechar os olhos à discriminação nos estabelecimentos de ensino superior, ou, ainda pior, está a brincar com os estudantes bahá’ís”, afirmou Diane Ala’i, representante da Comunidade Internacional Bahá’í junto das Nações Unidas em Genebra.
“Se por um lado ficámos felizes pelo facto de pela primeira vez desde o início dos anos 1980 um número significativo de jovens iranianos bahá’ís terem conseguido entrar na universidade e frequentar um curso da sua escolha, por outro lado, o longo historial de perseguições do Governo contra os bahá’ís leva-nos a questionar a sinceridade das novas políticas”
“A Lei Internacional considera o acesso à educação como um direito humano básico, e as universidades iranianas não têm desculpa para negar a estudantes que passaram nos exames de admissão o direito de frequentar cursos superiores só porque eles são bahá’ís” acrescentou.
Recorde-se que um memorando governamental secreto de 1991 afirmava que os Bahá’ís “devem ser expulsos das universidades assim que se souber que eles são bahá’ís, estando eles em processo de admissão ou a frequentar cursos”. Uma das medidas para aplicar esta política foi exigir a todos os candidatos que indicassem a sua filiação religiosa nos formulários de candidatura. Todos os que indicavam “Bahá’í” eram excluídos do processo.
"Apelamos à comunidade Internacional que continue a acompanhar de perto esta situação", afirmou a Srª Ala’i. "Também apelamos à participação de educadores e administradores de universidades para que participem numa campanha de protesto contra o tratamento dos estudantes Bahá’ís no Irão".
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A ler:
Iranian Baha'is face continuing discrimination in higher education (BWNS)
Portas Fechadas! Uma campanha subtil contra o acesso de Bahá'ís às Universidades Iranianas (Outubro 2005)
Acesso à Universidade no Irão (Agosto 2004)
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