sábado, 24 de novembro de 2018

Porquê celebrar o Dia da Aliança?


aliança: nome feminino. 1) acto ou efeito de aliar; união. 2) laço entre pessoas ou entidades que se prometem mútuo auxílio; pacto; acordo. 3) anel de casamento ou de noivado. 4) casamento
(Dicionário Porto-Editora)
Todos os anos, no final de Novembro, os Bahá’ís celebram o Dia da Aliança.

Este feriado Bahá'í assinala a nomeação de 'Abdu'l-Bahá como Centro da Aliança de Bahá’u’lláh, a linha de orientação inquebrável e unificadora que protege a Fé Bahá'í de divisões e desunião.

Assim, no Dia da Aliança. os Bahá’ís celebram a unidade da sua religião - e a unidade fundamental de todas as religiões. Também reconhecem, neste dia especial, a aliança mais ampla entre Deus e a humanidade, que se expressa através de um propósito único, princípios comuns e ligações proféticas que associam as religiões entre si. Esta aliança eterna entre Deus e a humanidade apela a cada ser humano que aceite todos os fundadores das grandes religiões mundiais, reconhecendo o conceito que a Fé Bahá’í descreve como revelação progressiva.

Os ensinamentos Bahá’ís afirmam que Deus revela a verdade religiosa e mística através de uma sucessão de profetas e mensageiros ao longo da história. Os Bahá’ís consideram os fundadores das grandes religiões mundiais como professores que iniciam diferentes fases num sistema de educação espiritual continua para toda a humanidade.

A história diz-nos que cada um desses mensageiros de Deus prometeu aos seus seguidores que regressaria para conduzir novamente a humanidade para Deus. Esta Aliança grandiosa e eterna - que apela a cada crente que reconheça e aceite o próximo profeta de Deus - constitui a base de um sistema de educação divina chamado revelação progressiva.

Os Bahá’ís consideram a religião como uma corrente constante, orgânica e inquebrável de Mensageiros de Deus, que ensinam os mesmos princípios fundamentais. Esta grande Aliança – em que Deus promete nunca deixar a Sua criação privada de orientação – tem-se mantido ao longo dos tempos e das civilizações:
Abraão – que a paz esteja com Ele – fez uma aliança sobre Moisés e deu as boas-novas da Sua vinda. Moisés fez uma aliança sobre o Cristo prometido e anunciou as boas-novas do Seu advento ao mundo. Cristo fez uma aliança sobre o Paracleto e deu as boas-novas da Sua vinda. O Profeta Maomé fez uma aliança sobre o Báb, e o Báb foi o Prometido por Maomé, pois Maomé deu as boas-novas da Sua vinda. O Báb fez uma Aliança sobre a Abençoada Beleza, Bahá’u’lláh, e deu as boas-novas da Sua vinda, pois a Abençoada Beleza era o Prometido do Báb. Bahá’u’lláh fez uma aliança sobre um Prometido que Se manifestará após mil, ou milhares, de anos. ('Abdu'l-Bahá, Baha'i World Faith, p. 358)
A Aliança de Bahá’u’lláh continua este processo ininterrupto de amor e orientação divina, não apenas prometendo que uma nova fé surgirá no futuro, mas também ao nomear ‘Abdu’l-Bahá para liderar a Fé Bahá’í. Esta nomeação – única na história da religião – proporciona o princípio de preservação dos ensinamentos Bahá’ís; por outro lado, permite a administração do crescimento da comunidade Bahá’í em todo o mundo; e é, também, uma resposta às questões de sucessão e liderança que perturbaram muitas religiões do passado.

Graças a esta Aliança, a Fé Bahá’í sobreviveu durante mais de um século e meio sem cismas, e não se dividiu em seitas ou denominações; a sua unidade foi conseguida e esteve firmemente protegida. Este facto – único na história da religião – significa que os Bahá’ís em todo o mundo, de todas as raças, culturas, classes, origens religiosas e nacionalidades, acreditam e seguem uma única religião unida.

A nomeação de ’Abdu’l-Bahá como centro da Aliança de Bahá’u’lláh investiu-O com autoridade para ser o único intérprete das Escrituras Bahá’ís, e designou-O como Aquele que prosseguiria o objectivo de Bahá’u’lláh ao estabelecer uma ordem administrativa Bahá’í. A nomeação de ‘Abdu’l-Bahá como Centro da Aliança também reconheceu que na Sua vida pessoal, nas Suas palavras e actos, Ele exemplificava as qualidades e ideais de um verdadeiro Bahá’í. Esta combinação única de funções numa única pessoa criou uma situação sem precedentes em toda a história da religião – o Centro da Aliança – e fez de ‘Abdu’l-Bahá uma pessoa única, reverenciada e amada, reconhecida em todo o mundo pela Sua humildade, pelo Seu conhecimento, pelo Seu serviço à humanidade e defesa da paz e unidade globais:
Quanto à mais grandiosa característica da revelação de Bahá’u’lláh, há um ensinamento que não foi apresentado por qualquer dos Profetas do passado: a nomeação e designação do Centro da Aliança. Com este tipo de nomeação e cláusula, Ele salvaguardou e protegeu a religião de Deus contra diferenças e cismas, tornando impossível que qualquer pessoa criasse uma seita ou facção de crença. Para garantir a unidade e concórdia, Ele estabeleceu uma Aliança com todos os povos do mundo, incluindo o intérprete e expositor dos Seus ensinamentos, de modo a que ninguém pudesse interpretar ou explicar a religião de Deus segundo a sua própria visão ou opinião, criando assim uma seita baseada no seu próprio entendimento individual das palavras Divinas. ('Abdu’l-Bahá, The Promulgation of Universal Peace, pp. 455-456)
Os ensinamentos Bahá’ís dizem que todas as pessoas na Terra despertarão gradualmente para a visão profética de Bahá’u’lláh de um planeta como um lar comum e a humanidade como uma família. A Aliança de Bahá’u’lláh, com a sua ênfase na unidade e unicidade, ajuda-nos a sarar as diferenças e divisões do passado, e simultaneamente estabelece uma relação entre nós e o nosso Criador.

Os Bahá’ís acreditam que esta Aliança ajudará a construir uma sociedade global unificada. Por tudo isto, convidamos o leitor a celebrar o poder curador da unidade.

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Texto original: What’s the Day of the Covenant, and Why Do Baha’is Celebrate it? (www.bahaiteachings.org)

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