quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Amin Maalouf e Um mundo sem Regras (2)

O Bem-Estar da Humanidade e os Recursos Naturais do Planeta



No livro Um Mundo sem Regras, Amin Maalouf escreve:
... o aumento vertiginoso da classes médias na China, na Índia, na Rússia e no Brasil, como no conjunto do planeta, é uma realidade à qual o mundo, tal como funciona actualmente não parece estar em condições de acomodar-se. Se três ou quatro mil milhões de humanos começassem, a curto prazo, a consumir por habitante tanto como os europeus ou japoneses, sem sequer falar dos norte-americanos, obviamente iríamos assistir a desregramentos consideráveis, tanto ecológicos como económicos. Será necessário acrescentar que o que evoco aqui não é um futuro longínquo, mas o futuro imediato, e até quase o presente? A pressão sobre os recursos naturais – nomeadamente o petróleo, a água potável, as matérias-primas, a carne, o peixe, os cereais, etc. – e o combate pelo controlo das zonas de produção; a teimosia de alguns em preservar a sua parte das riquezas naturais e a teimosia de outros em obter a sua; tudo isto constitui matéria suficiente para alimentar inúmeros conflitos assassinos. (p.42)
COMENTÁRIO:

A redução da pobreza e o aumento do bem-estar a nível global deve ser considerado como uma evolução positiva na situação da humanidade. O desejo a ter um nível de vida razoável é uma aspiração legítima de qualquer ser humano.

No fundo todos os seres humanos têm direito a uma vida digna. E não há nada de errado em ambicionarmos ter um nível de vida razoável. Este princípio, porém, exige uma correcta utilização dos recursos naturais do planeta. Numa civilização global, exige-se uma gestão global. Os recursos do planeta são suficientes para as necessidades de todos; mas não são suficientes para a ganância de todos. Tal como outros problemas ambientais e financeiros cujo âmbito hoje se reconhece ser global, também a gestão de recursos do 0laneta deve ser considerado um problema global que exige uma solução global.

Seria inaceitável pensar que o mundo ocidental pode continuar a ser uma Ilha de prosperidade, enquanto o resto do mundo definha a pobreza.

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