No Prós & Contras de ontem, Vasco Rato perguntou abertamente ao Sheik Munir se ele publicaria as caricaturas de Maomé. O Sheik respondeu que não, e Vasco Rato concluiu que o Sheik era contra a liberdade de imprensa.
Este pequeno episódio é bem ilustrativo de uma perversão de raciocínio. Seguindo a lógica de Vasco Rato, só quem publica aquelas caricaturas de Maomé é que está a favor da liberdade de imprensa. Vasco Rato confundiu a liberdade para fazer uma coisa com a obrigação de fazer essa coisa. Não será isto uma atitude radical do tipo "quem não está comigo está contra mim"? Ou será que para defender a liberdade de expressão temos necessariamente de ofender os outros?
A responsabilidade que deve acompanhar a liberdade de expressão nunca deverá ser regulamentada por leis; deve estar presente na consciência de cada indivíduo. E como é óbvio, essa responsabilização não pode ser regulamentada por leis.
2 comentários:
"Vasco Rato concluiu que o Sheik era contra a liberdade de imprensa. "
bem, isso é realmente um exagero. eu pessoalmente, muito dificilmente publicaria aquele famoso cartoon do papa com o preservativo no nariz. mas não impediria alguém de o fazer.
julgo que dogmas religiosos não devem ser um entrave à liberdade de expressão,mesmo que me ofenda.
abraço
É isso mesmo, Elise.
Nós não podemos legislar sobre o bom senso.
Apenas podemos apelar às pessoas para que o tenham.
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