quarta-feira, 8 de fevereiro de 2006

Ainda as caricaturas de Maomé (4)

Das muitas coisas que li a propósito das caricaturas de Maomé, não resisto a partilhar este pequeno excerto de um port de Isaac Freeman, intitulado Drawing Pictures of Muhammad is Discourteous (recomendo a leitura de todo o post):
Um não-muçulmano não pode fazer qualquer mal ao Islão ao publicar uma imagem de Maomé, por muito insultuosa que seja. Na verdade, não há nada que um não-muçulmano possa fazer para prejudicar o Islão. O Islão apenas pode ser prejudicado pelos próprios muçulmanos, tal como o Cristianismo apenas pode ser prejudicado pelos cristãos, e a Fé Bahá’í pelos bahá’ís. Nenhuma quantidade de caricaturas ofensivas desenhadas por não-muçulmanos pode alguma vez igualar-se a um único acto de violência cometido por um muçulmano. Esta é a responsabilidade que temos quando pertencemos a uma religião.

8 comentários:

Rui MCB disse...

É por não pensarmos todos assim que às vezes penso que "ainda" não estamos preparados para abraçar uma religião. Apenas os que pensam assim o deveria fazer e um grande número dos problemas do nosso mundo se dissiparia.

Anónimo disse...

Pois eu estou capaz de concordar com praticamente tudo o que escreves aqui. A tolerância, o bom senso, a liberdade e a responsabilidade individuais. Tudo isso faz sentido para construir uma sociedade mais justa e equilibrada; sobre isso não tenho dúvidas.
Mas a minha questão é esta: COMO É QUE ENSINAS ISSO A POVOS SOCIALMENTE MAIS ATRASADOS, COMO É O CASO DOS ARABES?

Por muito bonita e perfeita que tivesse sido a religião deles no início, a verdade é que hoje o Islamismo tem uma imagem péssima. Para a maioria dos ocidentais, um muçulmano é um terrorista. Também sabes perfeitamente que se vivesses no Irão ou na Arábia penduravam-te pelo pescoço por teres escrito o que escreves aqui. Eu acho que eles gostam de violência e só percebem a linguagem da violência.

Qual é a solução dos bahais para educar (ou fazer evoluir) aquela gente?

Pedro Fontela disse...

"COMO É QUE ENSINAS ISSO A POVOS SOCIALMENTE MAIS ATRASADOS, COMO É O CASO DOS ARABES?"

Não diga coisas dessas gh... eles estão a lutar contra a "opressão e corrupção ocidental", mas no fundo são bons moços...

Marco Oliveira disse...

GH,

Eu não tenho nenhuma varinha de condão para mudar o mundo. (desculpa se te desiludi!) Mas sei que essa evolução é possível. O nosso país é um exemplo de como essa transformação é possível.

Há mais de 30 anos Portugal era uma sociedade fechada, intolerante e que vivia sob uma ditadura. Hoje é uma sociedade mais aberta, mais tolerante e vive num regime democrático. Como é que isso foi possível? Como é que nos ensinaram a ser mais tolerantes? Não éramos "socialmente mais atrasados" que a maioria dos países europeus?

Para passarmos por esta transformação sofremos muita turbulência política. Mas o crescente contacto com outros países e povos, permitiu uma mudança gradual de mentalidades. Não há dúvida que evoluímos para melhor, mesmo sabendo que não somos uma sociedade perfeita.

Um elemento que me parece um importante catalizador dessas desejáveis transformações sociais é o contacto entre povos e culturas. A maioria dos países com regimes totalitários está a colocar barreiras aos contactos dos seus cidadãos com o mundo exterior. Recordo a utilização de filtros na Internet (por vezes fabricados no Ocidente) e a proibição de antenas parabólicas em alguns países.

Assim devolvo-te a pergunta: será que a abertura destas sociedades mais fechadas é apenas da responsabilidade dos governos ocidentais? Não poderemos nós, cidadãos comuns, dar o nosso contributo para essa abertura das sociedades mais fechadas? Com quantos muçulmanos residentes nesses países tens falado ultimamente?

Santos Passos disse...

Perfeito.

Elise disse...

Quantos muçulmanos se atrevem a evocar reformas no Islão?
é que neste momento, qualquer auto-crítica é abafada.

abraço

Anónimo disse...

Nada justifica o recurso à violência como reacção. A liberdade de expressão é um direito do cidadão do mundo. Um cidadão do mundo sente um profundo respeito pelo sagrado do seu concidadão.
Como cidadã do mundo senti um gosto amargo com a caricatura do Papa Paulo VI com o perservativo no nariz e senti ainda mais tristeza com estas caricaturas. Não está em causa as minhas ideias pessoais em relação aos vários assuntos mas a tristeza que estas "criações" causam no coração dos meus irmãos.
Sem demagogia é simplesmente o SENTIR.
Beijinho amigo para ti, querido Marco

Anónimo disse...

Ah, não assinei....Stella