quarta-feira, 31 de maio de 2006

Left Behind: The Eternal Forces


Algum de vós consegue-se imaginar como militar (ou membro de um grupo paramilitar) cujo objectivo é transformar a América numa teocracia cristã e impor a todo o mundo a sua interpretação pessoal dos ensinamentos de Cristo? Diga-se desde já que esta missão – que consiste numa guerra espiritual e material – inclui converter ou matar católicos, judeus, muçulmanos, budistas, gays e todos os que advogam a separação entre Estado e Igreja (incluindo cristãos moderados).

Na verdade, este é o cenário de um jogo de vídeo a lançar em Outubro (para aproveitar as vendas de Natal), e que já foi apresentado em algumas feiras de videojogos e visualizado por revistas da especialidade. Left Behind: The Eternal Forces é um simulador paramilitar em que os jogadores assumem comportamentos fundamentalistas/terroristas sob uma pretensa inspiração cristã. Segundo algumas pessoas que já visualizaram o jogo, os diálogos incluem personagens que gritam “Louvado seja o Senhor!” enquanto matam os “infiéis”.

Mas que efeitos tem um jogo destes sobre miúdos de 12 ou 13 anos? Não estará um jogo destes a apresentar uma realidade profundamente distorcida do que é a religião, do que se pretende que seja uma sociedade onde pessoas de diferentes etnias, credos e convicções possam conviver pacificamente? E que influência terá um jogo destes sobre jovens cuja mentalidade se está a formar? Poderá qualquer forma de fundamentalismo religioso ser considerado um divertimento a que os pais possam fechar os olhos?

Fonte: The Purpose Driven Life Takers (Updated)

9 comentários:

Anónimo disse...

Acho que o jogo não é inteligente nem particularmente criativo, pelo que a ter alguma influência nos jovens só poderá, a meu ver, ser negativa.
O unico ponto positivo, na minha opinião, é mostrar que o fundamentalismo e o terrorismo não são um exclusivo do islão!

Anónimo disse...

Marco,
Eu não sinto quanquer atracção ou curiosidade por este tipo de jogos GTA's e coisas do género. Um filho meu nunca teria uma coisa destas nas mãos.

Mas tenho uma questão de fundo: se não gostas do jogo, será inteligente da tua parte fazer esta publicidade negativa?
Não estarás tu a fazer um papel semelhante aos tipos que demonizam o "Código de Da Vinci" ou "O Evangelho de Jesus Cristo"?

Neste tipo de porcarias, creio que o melhor que se pode fazer é ignorar.

Anónimo disse...

Olhem que isto é só um jogo...
Na Arábia Saudita eles praticam isto mesmo a sério!
Gostava de saber se a empresa vai publicar uma versao diferente deste jogo para os países islamicos...
Ana

Anónimo disse...

gh,

Acho que o efeito "positivo" neste caso ultrapassava o efeito negativo, pois esta-se a chamar atençao para algo que e´ muito perigoso mas praticamente desconhecido na europa, que e´ o nivel de fundamentalismo cristao existente nos estados unidos.

Elise disse...

actualmente, tendo em conta a quantidade de religiões, raças e etnias que na sua esmagadora maioria coexistem pacificamente nos EUA, este cenário é altamente improvável.

mas como já disseram aqui, os pais devem controlar o que os filhos jogam na PS2.

eu não gosto da censura.

Marco Oliveira disse...

GH e Elise,

Não estou a demonizar ninguém , nem quero que o jogo seja proíbido. Penso que deve haver liberdade até produzir e comercializar disparates como este jogo.

Apenas acho que os pais devem estar atentos a esta situação. Por isso resolvi não ignorar esta situação.

Elise disse...

marco, nunca o vi a demonizar alguém ou algo.:)

Marco Oliveira disse...

Elise,

Não viste, porque eu nunca escrevo sobre o Benfica!
:-)

Elise disse...

já escreveste sim, no meu blog, disseste que serias benfiquista por umas horas, quando eles jogaram na liga dos campeões! :)