Ontem a Radio Cairo emitiu uma entrevista com o Dr. Abd-ellah el-Sammack, professor de Estudos Religiosos na Universidade de al-Azhar. Apesar da Rádio Cairo ser uma rádio Oficial do Governo Egípcio, não foi convidado qualquer baha’i para debater os pontos de vista apresentados.
Conta quem ouviu a entrevista que as palvras do entrevistado foram um misto de factos elementares e falsidades gritantes. O professor referiu alguns princípios da religião Bahá’i como a unidade de Deus, a unidade das religiões, a igualdade de direitos entre homens e mulheres, e eliminação de todas as formas de preconceito e a promoção da paz mundial.
Mas estas referências foram intercaladas com coisas do tipo "a Fé Bahá'í teve a sua origem na Rússia e foi promovida pelo comunismo". Só quem não conhece absolutamente nada da história baha’i pode afirmar uma coisa destas. Quem pode ignorar que Bahá'u'lláh era persa, que o primeiro templo baha'i (construído no actual Turquemenistão) foi confiscado pelas autoridades soviéticas e muitos baha’is naquele país foram perseguidos?
Outra das distorções foi: "Os Baha’is são considerados pelo governo israelita como seus cidadãos e estão sob sua protecção em toda a parte do mundo". Este é daqueles disparates típicos da propaganda anti-baha'i alimentada por fundamentalistas islâmicos. Quem sabe um pouco sobre a Fé Bahá'í, tem a noção que os bahá’ís não se envolvem em actividades subversivas contra os governos dos países onde vivem e honram os seus deverem de cidadania.
O Dr. el-Sammack também afirmou: "A Fé Bahá’í aboliria totalmente o Islão e todos os seus ensinamentos e leis". Será possível falar da religião baha'i sem conhecer o conceito de "revelação progressiva"? Os baha’is entendem que todas as religiões provêem de um único Deus e que os Manifestantes apresentam ensinamentos adequados à maturidade e necessidades dos povos. Quem se torna baha'i tem de aceitar que Maomé era Profeta, tal como quem se torna Muçulmano tem de aceitar que Jesus também era Profeta? Será isto assim tão difícil de entender?
12 comentários:
Marco, pelos vistos há muito quem não queira entender!
Shoghi Effendi disse que a Rússia no futuro será um "paraíso de deleite". ("delightable paradise" , não sei como traduzir para português)
Gostava de ouvir alguém em Portugal a falar da Fé num órgão de comunicação social mas que não fosse Bahá'í. Não faço questão que fale bem ou mal mas sentiria alguma "emancipação".
O que eu acho curioso, no caso dos baha'is no Egipto é a rapidez com que as coisas se sabem no Ocidente. Com os problemas dos Baha'is no Irão, as coias levam mais tempo até serem do conhecimento geral.
"Revelação progressiva"???!!! Não é fácil de explicar. Deus revela-se a cada momento, a cada segundo. Faço votos para que o povo Bahá também contribua para a instauração do Reino de Deus no Planeta dos Homens.Há uma coisa que eu concordo com os Bahá : Os profetas não terminaram no passado. Os profetas existiram e continuarão a existir.
"revelação progressiva"???!!! como explicar? Deus manifesta-se a cada momento, a cada segundo, mas os homens não sabem interpretar a voz divina.Estou de acordo com o povo de Bahá neste ponto: Os profetas não terminaram no passado...
Shoghi Effendi disse que a Rússia no futuro será um "paraíso de deleite".
Por acaso também disse o mesmo de África.
Anónimo,
Quando falei do futuro (prometido) da Rússia referi-me a um excerto de um texto bem visível numa sala da Casa dos Peregrinos em Haifa.
Na realidade, o embaixador do então Império Russo intercedeu para Bahá'u´lláh não ser condenado à morte. A Epístola dirigida a Alexandre II comprova isso.
Já vi várias referências altamente promissoras para África, em particular vindas de 'Abdu'l-Bahá mas não que seria "um paraíso de deleite". Não vi, mas gosto de ficar a saber.
Paulo do Porto,
Escrevi sobre o conceito baha'i de Revelação Progressiva neste post.
João Moutinho e anónimo,
Estamos numa de "a minha profecia é mais certinha que a tua"? Querem reduzir a religião baha'i a uma espécie de culto de Nostradamus?
O João Moutinho deve ter razão... se calhar fui eu que li mal... ou então, ele tem mesmo razão.
Não vamos ficar aqui a ver quem leu mais ou quem viajou mais pelo mundo Bahá'í.
Pessoalmente acho que o meu inglês não chega tão longe, mas confio nas traduções que chegam até mim. In Lights of Guidance, parece-me que também dizia qualquer coisita sobre África mas não estou muito certo. Temos de perguntar ao nosso Guru - Marco -, a ver se nos "expilica" esta coisa.
Um abraço Moutinho... como vai a Rosinha?
Querido amigo Marco, penso que nem eu nem o João Moutinho queremos, nem desejamos reduzir A Fé Bahá'í às Profecias de Nostradamus... mas já que falas nisso...! Deixa estava a Brincar contigo, A Fé de Bahá'u'lláh é para mim a minha única família na qual me sinto como peixe na água.
Se algum de nós, quiz por algum momento, dar a entender que sabia mais acerca de algo dentro da Fé do que o outro, isso deve-se tão pura e simplesmente au facto de sermos ambos - de maneiras diferentes, claro -, perseguir os mesmos objectivos.
Entre mim e o Moutinho há um relacionamento saudável por sermos ambos bahá'ís.
Um Abraço Marco e João Moutinho.
Boa Gente,
"a Fé Bahá'í teve a sua origem na Rússia e foi promovida pelo comunismo". Peguei neste excerto e lembrei-me de falar na Rússia.
Uma nação que sofreu a olhos vistos durante o século XX.
Mesmo nos momentos aúreos da Guerra Fria, altura que ainda não era bahá'í, e sendo frontalmente antisoviético, nunca esmoreci a minha simpatia por aquele povo.
Quanto ao Nostradamus, gosto muito de ver os programas do cana História a falarem dele mas a minha crença sobre as suas profecias é que podem resultar - da mesma forma que o SLB pode ser campeão. É uma questão de probabilidade.
De acordo com um livro escrito nos anos 70 sobre as profecias de Nostradamus, em 2050 vamos assistir á reunificação da Alemanha.
Conversas da "treta" de quem vive num país livre.
Gente boa.
Escusam de me chamar guru. Eu não sou, nem tenho, nenhuma autoridade especial para falar sobre este ou aquele assunto baha'i.
Sou apenas um crente que gosta de investigar os assuntos e debatê-los com outras pessoas (de preferência, pessoas com opiniões contrárias).
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