Zeca Afonso faleceu há vinte anos.
Venham mais cinco
Venham mais cinco
Duma assentada
Que eu pago já
Do branco ou tinto
Se o velho estica
Eu fico por cá
Se tem má pinta
Dá-lhe um apito
E põe-no a andar
De espada à cinta
Já crê que é rei
Dàquém e Dàlém Mar
Não me obriguem
A vir para a rua
Gritar
Que é já tempo
D'embalar a trouxa
E zarpar
A gente ajuda
Havemos de ser mais
Eu bem sei
Mas há quem queira
Deitar abaixo
O que eu levantei
A bucha é dura
Mais dura é a razão
Que a sustem
Só nesta rusga
Não há lugar
Pr'ós filhos da mãe
Não me obriguem
A vir para a rua
Gritar
Que é já tempo
D'embalar a trouxa
E zarpar
Bem me diziam
Bem me avisavam
Como era a lei
Na minha terra
Quem trepa
No coqueiro
É o rei
3 comentários:
já cantei muita vez esta canção e tive ainda mais vezes vontade de a cantar
Eu lembro-me do dia em que o Zeca Afonso morreu, fiquei muito triste, por isso nunca esqueci o dia apesar de ser muito despistado com datas. Ainda por cima tinha 14 anos, devo-me lembrar de poucas coisas nesse ano...
Sempre adorei o Zeca, como artista e como pessoa, creio que seria uma pessoa muito espiritual se no seu tempo houvesse condições para isso.
Creio que ele era um daqueles (verdadeiros) comunistas, porque é a ideologia politica que em teoria, se preocupa mais com o lado humano e a igualdade entre o ser humano. Um pouca na linha daqueles que dizem ter sido Cristo o primeiro comunista da história. Enfim, os verdadeiros comunistas que no fundo nunca se realizaram no PC, aqueles que desprezam o lado politico e doutrinal dessa ideologia, mas que viram nela uma esperança de construção de uma sociedade mais humana...
Já sei que alguns de vocês não vão perceber o que escrevi, ou vão dizer que me contradigo, não faz mal, há certamente quem perceba.
Hoje vou fazer umas orações pelo Zeca, um bom homem.
Nem que fosse só pela sua música, o Zeca já seria um homem precioso.
Ass.Músico
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