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Podem dizer que pertencemos todos a religiões diferentes, mas não é bem assim. Eu e o Padre Peter Stilwell pertencemos à mesma religião, mas a igrejas diferentes.
Não sei se é boa ideia procurar respostas; talvez seja melhor formular perguntas.
- O que faz de um judeu um judeu?
- O que faz de um cristão um cristão?
- O que faz de um muçulmano um muçulmano?
- O que pode legitimar o meu discurso?
- Que fundamento tem aquilo que eu digo?
- Falo em nome de quê?
- O que é a verdade?
Fundamentalismo
Mais importante do que aquilo que o fundamentalismo diz, é a forma como ele diz. Quando se agita um livro sagrado numa manifestação de índole ideológica como se fosse uma arma de arremesso, torna-se claro que é mais importante a forma do que o conteúdo. O fundamentalismo reduz a transcendência à materialidade de um texto.
Eu amo os livros, mas tenho medo do livro que o fundamentalista agita nas suas mãos.
O Desafio Ético
As religiões enfrentam um relativismo ético. Como enfrentar o relativismo sem uma atitude totalitário ou absolutista? Não há espaço entre os dois?
Pode haver um discurso de relatividade (algo diferente de relativismo). O desafio ético de cada um de nós é encontrar a relatividade nas nossas religiões.
Temos de pôr em pé uma ética do futuro; este é o desafio das religiões. A credibilidade e a legitimidade das religiões, assim como das convicções agnósticas e ateístas, ver-se-á na sua capacidade de construir essa ética do futuro.
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