O texto que se segue é um excerto de uma entrevista publicada no BWNS. A entrevista completa pode ser lida aqui.
Pergunta: Rainn, como foi crescer na Fé Bahá'í?
Rainn Wilson: Quando se cresce com uma base espiritual que nos exige sermos conscientes do facto de todas as raças serem iguais, que homens e mulheres são iguais, que todas as religiões adoram o mesmo Deus, isto ajuda-nos a ver o mundo como uma família e a não ficar perdidos nas armadilha dos sistemas de convicções políticas, sociais e económicas que nos desviam. Sempre me vi como um cidadão do mundo. É uma coisa poderosa.
Pergunta: Você afastou-se da Fé Baha’i quando tinha 20 anos e regressou 10 anos mais tarde. O que aconteceu nessa década?
RW: Estive em Nova Iorque, a frequentar a escola de actores, e atravessava uma fase rebelde. Não queria que ninguém me dissesse o que devia fazer. Estava desencantado com as coisas que eram organizadas. Era uma viagem espiritual e eu estava presente. E isto reflectia-se e apoiava-se num dos princípios básicos da Fé Bahá’í que obriga cada investigador espiritual a empreender uma busca individual da verdade.
Comecei do nível zero. Decidi que não sabia se existia Deus. Li livros das religiões do mundo. Perguntei a mim próprio: “Se existe um Deus como poderemos saber o que Ele quer que nós façamos e o que é que Ele quer para nós? Lemos livros? Compramos cristais? Seguimos alguns gurus? Sentamo-nos debaixo de uma árvore? Porque este criador omnisciente deve ter alguma espécie de plano preparado para a humanidade”.
Pergunta: E essa linha de pensamento trouxe-o de volta para a Fé Bahá’í?
RW: Sim, trouxe-me de volta para a maneira Bahá’í de ver as coisas. Compreendi que acreditava em Deus. Não podia conceber o universo sem alguém que o cuidasse dele com compaixão. E fazia-me sentido que Deus fosse revelando gradualmente um plano para a humanidade. Que existe uma revelação progressiva – a crença bahá’í de que Deus envia Mensageiros para cada dia e era. Reli os livros sobre a Fé Bahá’í . E voltei a acreditar que Bahá'u'lláh é o Mensageiro Prometido para este dia e era. A minha busca decorreu entre os 21 e os 31 anos. Hoje tenho 41.
(...)
Pergunta: Como é ser Bahá’í em Hollywood?
RW: A maioria das pessoas tende a associar Hollywood com a corrupção... Shoghi Effendi escreveu sobre isto. O problema é que tudo o que se houve nas notícias é sobre superficialidade, imoralidade e degradação em Hollywood. Apenas uma certa percentagem da população é assim. É provavelmente a mesma percentagem entre médicos, advogados, correctores da bolsa ou qualquer outra profissão. Algumas das pessoas mais moralmente mais conscienciosas, generosas, compassivas estão no mudo do espectáculo, pessoas que querem influenciar o mundo, transformando-o num local melhor contando histórias humanas que tocam o coração.
A maioria das pessoas em Hollywood nunca ouviram falar da Fé Bahá’í, e por isso fazem perguntas. Tive a oportunidade de a mencionar em vários artigos e entrevistas na TV, como o “The Late Late Show with Craig Ferguson."
Há alguns anos que eu e a Holly [a esposa] temos organizado um “serão de crença” – uma reunião devocional em nossa casa para a qual convidamos pessoas de diferentes religiões. Pedimo-lhes que tragam algo para partilhar sobre o seu caminho espiritual. Acreditar em Deus não é um requisito [para participar] Tivemos ateus, cientistas cristãos, monges budistas...
(...)
Pergunta: Qual é o seu aspecto favorito da Fé Bahá’í?
RW: Adoro a formo como a Fé é democrática, isto é, não tem clero, ninguém nos diz como devemos interpretar a palavra de Deus. Neste dia e nesta era vemos como o clero corrupto pode levar a humanidade por tantos caminhos maus.
A minha citação preferida na Fé Bahá’í é de 'Abdu'l-Bahá: "Se a religião é motivo de desunião, então, em verdade, a irreligião é preferível" (...)
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A entrevista no The Late Late Show with Craig Ferguson:
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A ler:
Rainn Wilson in Time Magazine
Rain Wilson Fan Site
Schrute-Space – Blog de Rainn Wilson na personagem de Dwight Schrute
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