quarta-feira, 9 de abril de 2008

Karl Barth e D. T. Niles

Em 1935, o prestigiado teólogo protestante, Karl Barth, encontrou-se pela primeira vez com D. T. Niles, um missionário e teólogo metodista do Sri Lanka, que viria a tornar-se um dos grandes impulsionadores do diálogo inter-religioso naquele país. Parte da conversa ficou para a posteridade:

- Todas as outras religiões são falsas, declarou Barth

Niles perguntou-lhe quantos hindus tinha conhecido.

-Nenhum, foi a resposta.

Neles perguntou-lhe então como é que ele sabia que a religião hindu era falsa.

- À priori, afirmou Barth

Niles limitou-se a abanar a cabeça e a sorrir.

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Apesar de 1935 se viverem tempos de intolerância e todo o ambiente político e social ser mais apelativo ao confronto do que ao diálogo, este pequeno episódio é bem revelador daquilo em que consiste o exclusivismo religioso: a ignorância. Que adianta uma teologia ser apelativa, maravilhosa e até consistente, se se fecha ao mundo e ignora a sua realidade e diversidade?

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