terça-feira, 6 de maio de 2008
Alguém me explica...?
Porque é que a Antena 1 e a RDP Internacional, sendo rádios públicas, propriedade de um Estado que se pretende laico (i.e., equidistante e imparcial em relação às confissões religiosas) apenas concedem tempo de emissão à Igreja Católica (a eucaristia, todos os domingos às 8h00)? Qual o motivo para discriminar as outras confissões?
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8 comentários:
Por muito prestável que gostasse de ser, a única forma que me ocorre, assim de repente, é sugerir que se "solicite" junto destas rádios (e "a quem de direito") respostas a tão pertinentes questões.
Porém, antevendo já com algum pessimismo o número (pelo menos 5!) de pessoas por quem a(s) chamada(s) irá(ão) passar, provavelmente chegar-se-á ao fim do(s) telefonema(s) com as mesmas perguntas por responder. Talvez devido a respostas evasivas; talvez porque o chefe está de férias (e o sub-chefe está em serviço externo - vulgo café!); talvez porque há sempre alguém "acima" que sabe mais do que eu; talvez porque "não delegaram (in)competências para informar"; talvez porque "este não é o melhor momento"; talvez porque...enfim...
Boa sorte!!!
;-)
Há a figura do Provedor do Ouvinte. Porque não falam com ele?
Meu caro, Vc parte do princípio de que a RDP transmite a Eucaristia por uma questão de serviço público, quando a verdadeira lógica do sistema é acabar com as transmissões religiosas -- seja católica, seja o que for -- como acontece em Espanha. A lógica do sistema não é abrir a novas confissões, é fechar o acesso às que existem.
Não estou a ver qual é o problema.
Um excesso de zelo laico pode por a Igreja Católica em pé de igualdade com outras confissões religiosas de muito menor dimensão quantitativa - como é o caso dos Bahá'ís, mas não p+penso ser o caminho correcto.
João Moutinho,
Você endoidou?
Agora a Igreja Católica pode ter mais privilégios que outras religiões só porque é maioritária?
A lei não deve ser igual para todas as religiões?
Orlando,
Não penso que a lógica do sistema seja acabar com as transmissões religiosas. Na RTP tem-se verificado o contrário: as religiões nos últimos anos ocuparam um espaço próprio para divulgar as suas mensagens.
Suspeito que no caso da RDP o problema tem raízes burocráticas (mas é apenas uma suspeita!).
Mas além de "tempos de antena" eu gostaria de ver um programa de debate religioso. Há programas de debate político que conseguem ser interessantes e dignos (estou a lembrar-me da Quadratura do Círculo). Porque é que não pode haver um programa equivalente com representantes de diversas religiões?
Penso que isso seria uma forma de alargar o diálogo inter-religioso, permitindo que se falasse das coisas que unem e que separam as religiões.
Marco,
Debates de interesse público que falem dos pontos de vista das diferentes Religiões não me parecem votados ao sucesso das audiências.
Um Estado laico não é um Estado ateu, um Estado laico é neutro em matéria religiosa e não toma partido por nenhuma religião ou pela não-religião. É um "non-issue", limita-se a dar liberdade e o resto depende dos cidadãos.
Se o Estado proibisse a livre manifestação e discussão religiosa nas televisões e rádios estatais, quando, ao mesmo tempo, dá essa liberdade a grupos políticos, culturais, desportivos e ambientais, estaria a quebrar a sua neutralidade e a dizer que, mais do que neutro, o Estado é ateu.
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