Nos muitos blogs criados por exilados políticos iranianos, pode-se encontrar diversos posts que referem que a detenção dos sete dirigentes bahá'ís na prisão de Evin. O facto dos detidos se encontrarem em isolamento, leva alguns desses bloggers a concluírem que eles se encontram na "secção 209". Este sector da prisão é conhecido sobretudo por albergar prisioneiros políticos detidos por algum órgão do governo iraniano ou pelas autoridades religiosas. Todos os reconhecem como prisioneiros políticos, excepto o governo iraniano.
Alguns factos interessantes/chocantes sobre a secção 209:
- O número de prisioneiros aumentou drasticamente nos últimos 18 meses, tendo atingido valores semelhantes aos que se observaram no início da década de 1980;
- Entre os detidos encontram-se estudantes, jornalistas, bloggers, editores de jornais, activistas dos direitos humanos, intelectuais e baha’is;
- Poucos foram acusados de algum crime; grande parte deles é sujeita a torturas;
- Os detidos são sujeitos a condições de verdadeira crueldade, incluindo a chamada “tortura branca”, em que o detido fica isolado numa cela sem janelas e com uma luz artificial constantemente ligada, por vezes durante meses. Os espancamentos são frequentes;
- A Secção 209 ficou especialmente conhecida com o caso de Zahra Kazemi, uma fotógrafa de Montreal, detida quando tirava fotografias no exterior da prisão, em 2003. Uma vez detida, foi brutalmente torturada e espancada até à morte;
- Desde então, têm sido feitos vários pedidos para encerrar esta secção devido à sua natureza brutal e sombria. Esses pedidos sempre caíram em orelhas moucas e a secção continua em pleno funcionamento.
- As autoridades prisionais não têm um controlo efectivo sobre o que se passa no interior das prisões iranianas. Diversas organizações controlam diferentes blocos de celas. A aplicação de detenção solitária ou de “tortura branca” não tem de ser autorizado pelo governo. As facções que empregam estes métodos estão ligadas à "linha dura" do regime e ao líder supremo. O Ministério da Segurança costuma ameaçar as famílias dos detidos.
"Os carcereiros colocaram-lhe uma venda nos olhos e batiam-lhe com cabos de metal até que ele desmaiava; depois esfregavam sal nas suas feridas para o acordar e continuavam a torturá-lo ainda mais, batendo-lhe nos testículos e pontapeando-lhe os dentes. Também lhe enfiaram a cara num balde de excrementos até que ele a inalasse. Amarram-lhe as mãos atrás das costas e penduraram-no no tecto. Noutras ocasiões, amarraram-no com uma cadeira e mantiveram-no acordado noite após noite. Fizeram-no ouvir gravações que lhe diziam ser a sua mãe a ser torturada".Talvez isto nos permita imaginar aquilo que, neste preciso momento, está a acontecer aos baha’is na prisão de Evin.
3 comentários:
Olá! Meu nome é Paula, acabei de ler o livro de Marina Nemat, Prisioneira em Teerã, que me impressinou e me comoveu muito!
É inacreditável que algumas pessoas ainda usam o nome de Deus para cometer tanta crueldade!
venho por meio deste demonstrar todo minha compaixão por aqueles que sofreram em Evin, lutando por um ideal!
Olá Paula :-)
Recentemente eu também li o livro "O Preço da Liberdade" de Camelia Entekhabifard (http://en.wikipedia.org/wiki/Camelia_Entekhabifard). E o tipo de descrição é muito semelhante.
Na minha opinião, entre todos os livros que descrevem o que se tem vivido no Irão, é "O Despertar do Irão", de Shirin Ebadi (http://povodebaha.blogspot.com/2007/10/o-despertar-do-iro.html)
Como pode existir pessoas tão más num lugar onde prega tanto o nome de Deus.Essas pessoas que fazem tamanha maldade não tem Deus no coração.Leiam o livro O Setembro de Shiraz,é tão triste que até chorei.
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