terça-feira, 14 de outubro de 2008
O que foi que eles disseram?
Diversos analistas e comentadores na imprensa internacional insistem que a conferência de Teerão (onde discursou o nosso ex-presidente, Jorge Sampaio) foi um acto político, um esforço para encorajar a ala reformadora do regime iraniano a enfrentar o ultra-conservador presidente Ahmadinedjad.
O Público, por exemplo, escreve que a Khatami tentou que a conferência servisse como “rampa de lançamento para a sua recandidatura à Presidência da República islâmica”. E apesar do ex-presidente iraniano afirmar publicamente que não deseja misturar as duas coisas, a verdade é que o evento ocorre na mesma altura que Khatami admitiu recandidatar-se à Presidência do Irão.
Outros media lembram que os políticos ocidentais se têm recusado a visitar o Irão desde que Ahmadinedjad subiu ao poder, e que o actual presidente iraniano tem visto a sua popularidade diminuir entre os seus compatriotas.
Pela minha parte, preferia saber exactamente o que disse cada um daqueles convidados estrangeiros; destes apenas sabemos ideias das intervenções de Mary Robinson e de Kjell Magne Bondevik. O que disse Kofi Anan? E Romano Prodi? E Jorge Sampaio? Algum denunciou os crimes cometidos pelo regime islâmico contra as minorias religiosas do Irão?
Infelizmente os media parecem dar preferência à análise e especulação política. Não será isso uma forma de indiferença?
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Sobre este assunto:
Public Stage for Iran’s Ex-President Fuels Talk of Political Return (NYT)
International conference on religion starts in Tehran (AP – Pakistan)
Former global leaders in Iran to support Khatami (Kuwait times)
Bondevik attempts dialogue with Iran's president (AftenPosten – Norway)
Conferência em Teerã sobre Diálogo Inter-Religioso reúne ex-Chefes de Estado (Rádio Vaticano)
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2 comentários:
Deverei então depreender que nenhuma cobertura jornalística terá relatado o que os convidados foram lá dizer?
Se assim foi escuso de me dar ao trabalho de ler estes links...
Só me resta perguntar então o que estiveram lá os media a fazer? Para especularem podiam fazê-lo à distância (ou vão todos pelo gozo da viagem???)!
Não há nada como uma boa teoria da conspiração ou uma boa escandaleira para vender jornais.
Os direitos humanos? Isso é secundário para os editores dos jornais.
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