segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Fareed Zakaria: O Mundo Pós-Americano (1)



Olhemos à nossa volta. O edifício mais alto do mundo é actualmente de Taipei e vai ser proximamente ultrapassado por outro que está a ser construído no Dubai. O homem mais rico do mundo é mexicano e a maior empresa cotada na bolsa é chinesa. Os maiores aviões do mundo são construídos na Rússia e na Ucrânia, a maior refinaria está a ser construída na Índia e as maiores fábricas situam-se na China. Londres está a tornar-se o principal centro financeiro mundial e é nos Emirados Árabes Unidos que está o fundo de investimento mais rico do mundo. O que foram ícones especificamente americanos estão agora nas mãos de outros países. A maior roda gigante do mundo está em Singapura. O maior casino não é de Las Vegas, é de Macau, cidade que ultrapassou Las Vegas em receitas anuais de jogo. A indústria cinematográfica de maior peso tanto em termos de número de filmes como de bilhetes vendidos é Bollywood e não Hollywood. Até os centros comerciais, esse grande desporto dos Americanos, se tornaram globais. Dos dez maiores centros comerciais de todo o mundo, só um está nos Estados Unidos; o maior do mundo situa-se em Pequim. Este tipo de listagens é arbitrário, mas é notável que, há apenas dez anos, os Estados Unidos estavam no topo em muitas dessas categorias, se não mesmo em todas. (p. 12)
Esta pequena lista de factos dá o mote ao livro de Fareed Zakaria: no mundo actual estão a surgir novas potências que seguem alguns dos padrões de desenvolvimento do Ocidente e começam-se afirmar como parceiros com os quais é necessário dialogar. Os países que no passado eram meros espectadores da arena internacional, tornaram-se agentes intervenientes com um peso inegável, que em algumas áreas rivalizam com os Estados Unidos e com a Europa.

O livro de Fareed Zakaria não se dedica à decadência dos Estados Unidos, mas antes à ascensão de outros países, como a Índia, a China e o Brasil. Como consequência surge a necessidade de procurar novos equilíbrios políticos e económicos. Mas essa procura não poderá continuar a ser ditada apenas pela Europa e pelos EUA; no actual cenário internacional, é vital para o bem de toda a humanidade que as soluções para os nossos problemas comuns sejam encontradas em diálogo com estes novos parceiros internacionais.

As transformações que testemunhamos no nosso planeta são referidas por alguns autores Bahá’ís como o resultado da acção simultânea de um processo de desintegração e de um processo de integração; por outras palavras, há uma velha ordem mundial que está a desaparecer, e uma nova civilização que está a nascer. Este livro de Fareed Zakaria faz luz sobre o que é o processo de integração e para onde eles nos pode levar nas próximas décadas.

Lúcido e objectivo nas suas análises, Zakaria transmite-nos uma imagem positiva desse novo mundo que está a nascer. Por todos estes motivos, considero este livro de leitura obrigatória para qualquer Bahá’í.

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