"Ao longo dos últimos dias, a imprensa oficial iraniana tem acusado os Bahá’is de serem os responsáveis pelos motins que ocorreram no dia sagrado da Ashura", disse a Sra. Diane Ala’i, a representante da Comunidade Internacional Bahá’i junto das Nações Unidas , em Genebra. "Isto é claramente para incitar sentimento público contra os sete Bahá’is detidos na prisão de Evin. Estamos particularmente preocupados que o governo, ou os membros ultraconservadores que o integram, possam utilizar o tumulto no Irão como pretexto para medidas extremas contra estes indivíduos injustamente detidos".
Os sete dirigentes Bahá'ís detidos em Teerão
Esta preocupação agravou-se no Domingo, quando as autoridades detiveram mais 13 Bahá’is nas suas residências em Teerão, levaram-nos para um centro de detenção e tentaram fazer com que os mesmos assinassem um documento em que se comprometiam a não se envolver em futuras manifestações.
"A Comunidade Bahá’i no Irão tem sido persistentemente sujeita a campanhas de difamação e falsas acusações com o objectivo de desviar a atenção de uma população inquieta para os Bahá’is e afastá-la daqueles que estão no poder", afirmou a Sra Ala’i. "E neste momento, nestes dias que antecedem o julgamento, existem sinais de que mais uma vez os Bahá’is estão a ser usados como bodes expiatórios".
"Em vez de assumir as responsabilidades pelos tumultos existentes no País, o governo iraniano procura atribuir a culpa a outros, incluindo potências estrangeiras, organizações internacionais e emissões dos média, estudantes, mulheres e terroristas. Agora os Bahá’is foram acrescentados a esta longa lista de alegados agitadores".
"Somando dois mais dois, vemos que a situação com que estes dirigentes Bahá’ís se deparam é extremamente grave. Estamos profundamente preocupados com a sua segurança. Prevemos que o seu julgamento não passe de uma encenação com um final predefinido", disse ela.
"Se algo acontecer a qualquer um destes sete dirigentes Bahá’is - antes ou depois do julgamento - o governo iraniano deve ser responsabilizado", disse a sra. Ala’i. "Pedimos à comunidade internacional que informe claramente o Irão que está atenta e que espera que qualquer julgamento seja público e que decorra de acordo com os princípios processuais internacionalmente reconhecidos.”
Os sete dirigentes Bahá’is são: Sra. Fariba Kamalabadi, Sr. Jamaloddin Khanjani, Sr. Afif Naeimi, Sr. Saeid Rezaie, Sra. Mahvash Sabet, Sr. Behrouz Tavakkoli e Sr. Vahid Tizfahm. Foram presos na primavera de 2008 e desde então encontram-se na prisão de Evin.
"As noticias oficiais iranianas têm afirmado que os sete são acusados de «espionagem para Israel, insultos a divindades religiosas e de propaganda contra a República islâmica». Todas as acusações são completamente desprovidas de fundamento", disse a Sra. Ala’i.
O julgamento já esteve marcado para Julho, Agosto e Outubro, mas foi sempre adiado. Em Dezembro, os advogados foram notificados que o dia 12 de Janeiro fora definido como a nova data de julgamento.
A Sra. Ala’i acrescentou que a perseguição aos Bahá’is no Irão se intensificou ao longo de 2009. Neste momento, estão presos 48 Bahá’is e muitos outros pelo país têm sido alvo de buscas, confiscação de bens e detenções sumárias. Desde Março passado, cerca de 60 Bahá’is foram detidos por períodos que variaram entre uma noite e a vários meses.
Uma campanha anti-Bahá’i tem sido contínua na comunicação social, disse ela, culminando com as acusações absurdas da semana passada de que os Bahá’is estariam envolvidos nas recentes tumultos no dia sagrado da Ashura, a 27 de Dezembro.
A agência semi oficial de notícias “Fars”, por exemplo, relatou no dia seguinte que Ne'mattollah Bavand, descrito como um especialista em assuntos políticos, afirmara que “o Baháismo sob a liderança do Sionismo está por detrás da recente perturbação e crise.”
A Sra. Ala’i afirmou que estas declarações têm aumentado a preocupação dos Bahá’is de que poderá estar a verificar-se um esforço coordenado para introduzir estas falsas acusações no julgamento que se avizinha.
Entre os 13 Bahá’is detidos no dia 3 de Janeiro encontram-se familiares de dois dos líderes presos, incluindo Negar Sabet, filha de Mahvash Sabet; Leva Khanjani, neta de Jamaloddin Khanjani; e o seu marido, Babak Mobasher. Outros detidos são Jinous Sobhani, antigo secretário de Mrs. Shirin Ebadi, e o seu marido Artin Ghazanfari; os irmãos Mehran Rowhani e Farid Rowhani; Nasim Beiglari; Payam Fanaian; Nikav Hoveydaie e a sua esposa, Mona Misaghi; e Ebrahim Shadmehr e o seu filho, Zavosh Shadmehr.
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FONTE: Trial of seven Baha'i leaders in Iran looms (BWNS)
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