Serão os seres humanos escravos do seu egoísmo? Porque é que a maioria das teorias económicas reduz os seres humanos a consumidores insaciáveis de bens e objectos de manipulação pelo mercado? Como poderemos construir alternativas a uma cultura de consumismo?
Estas e outras questões são tema de análise num documento publicado pela Comunidade Internacional Bahá'í e apresentado esta semana à Comissão das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável.
O documento, intitulado "Repensar a Prosperidade: Criar Alternativas a Cultura do consumismo", desafia a visão de que há um conflito insanável entre o que as pessoas querem - o que supostamente será consumir mais – e o que a humanidade precisa.
Peter Adriance, membro da delegação da Comunidade Internacional Bahá'í na Comissão, descreveu a declaração como um contributo para um diálogo sobre desenvolvimento visando incentivar programas de promoção de consumo e produção sustentáveis. "O documento aborda o tema do consumismo, reflectindo sobre a questão da natureza humana", acrescentou. "Temos de olhar para o que somos e o é que nosso propósito na vida".
De facto, "a experiência humana é essencialmente de natureza espiritual: ela está enraizada na realidade interna - ou o que alguns chamam de "alma" - que todos nós temos em comum", afirmou.
"As faculdades necessárias para a construção de uma ordem social mais justa e sustentável - moderação, justiça, amor, razão, sacrifício e serviço ao bem comum - têm muitas vezes sido consideradas ideais ingénuas. Contudo, são essas e outras qualidades que devem ser exploradas... "
"A transição para a produção e consumo sustentáveis é um dos grandes desafios do nosso tempo, e para alcançá-lo necessitamos de uma transformação no pensamento e acção. As forças culturais em jogo são poderosas e devem ser reexaminadas, se pretendemos progredir", disse ele.
A declaração pode ser lida aqui.
Painel de Debate na ONU
Numa outra iniciativa para os trabalhos anuais da Comissão sobre Desenvolvimento Sustentável, a Comunidade Internacional Bahá'í irá co-patrocinar um painel de debate no dia 10 de Maio sobre o tema desta declaração.
Os participantes incluem Tim Jackson da Comissão para o Desenvolvimento Sustentável (do Reino Unido); Victoria Thoresen da Parceria Norueguesa para a Educação e Investigação sobre Vida Responsável; Jeff Barber da Coligação Internacional sobre a Produção e Consumo Sustentáveis (dos Estados Unidos); e Luis Flores Mimica da Consumers International (do Chile).
O debate será moderado por Duncan Hanks da Agência Bahá’í Canadiana par ao Desenvolvimento Internacional. É co-patrocinado pela UNESCO e pela Missão Permanente da Suécia nas Nações Unidas.
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