quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Parlamento Britânico debate perseguições religiosas no Irão

Num debate realizado no Parlamento Britânico, no dia 11 de Janeiro, 19 deputados, criticaram duramente o Irão pelas suas violações dos direitos humanos, destacando o facto de que praticamente todas as minorias religiosas no Irão estarem agora a enfrentar a opressão. No discurso de abertura, Louise Ellman, deputada por Liverpool Riverside, descreveu a perseguição aos Bahá'ís como "escalada generalizada e perigosa."



"A repressão toma muitas formas, numa contínua e sistemática perseguição", disse a Sra. Ellman. "Significa, por exemplo, a detenção arbitrária, a prisão e a negação do acesso ao ensino superior e às áreas de emprego. Residências e empresas de Bahá’ís foram objecto de ataques incendiários, os cemitérios foram destruídos e os filhos foram hostilizados." Referiu ainda a sua preocupação com as penas de 20 anos de prisão, a serem cumpridas pelos sete dirigentes Bahá’ís e o esforço contínuo do Irão para travar a entrada dos jovens Bahá’ís no ensino superior.

Falando sobre as observações feitas recentemente pelo senador canadiano, Romeo Dallaire, a Sra. Ellman afirmou que "é extremamente importante que o mundo não espere até que aconteça um genocídio. Deve acatar a advertência e tomar outras medidas para pressionar o Governo do Irão a parar com o que estão a fazer."

Os participantes também levantaram a questão do aumento da perseguição aos cristãos no Irão. O deputado Andrew Selous declarou que, pelo menos, oito líderes cristãos foram assassinados desde 1979, e expressou preocupação especial sobre o caso do Pastor Youcef Nadarkhani, que foi condenado à morte por apostasia em 2010 e, desde então, tem sido o foco de um protesto internacional.

O deputado Stewart Jackson falou de "ataques regulares às reuniões" dos cristãos, dos severos interrogatórios e torturas... incluindo a exigência de retractação da fé e da obtenção de informações sobre as identidades dos cristãos; detenção por longos períodos sem acusação formal e outras violações do processo legal; condenações por crimes mal definidos ou acusações políticas falsas, a mira na economia da comunidade cristã através da exigência de pagamentos de fiança exorbitantes; e a ameaça da iminente execução de um pastor."

Sobre a comunidade judaica do Irão, o deputado Martin Horwood informou que "é crescente a evidência de que o anti-semitismo está ascensão no Irão, e que a pequena comunidade judaica que ali vive, está a ser responsabilizada pelas acções do governo israelita".

No final do debate, Alistair Burt, o Subsecretário de Estado para os Negócios Estrangeiros e Commonwealth, disse que, apesar de em 2011 se ter mostrado que as exigências de dignidade humana são irreprimíveis, o Irão está-se a deslocar em sentido contrário.

"Os direitos humanos são universais", declarou Burt, "e a incapacidade do Irão em cumprir as suas obrigações traduz-se em punir e asfixiar o cumprimento dos desejos e aspirações de milhões de pessoas." O Sr. Burt garantiu aos presentes que o Reino Unido continuará a pressionar os outros países para apoiarem as resoluções tomadas nas Nações Unidas e no Conselho dos Direitos Humanos, que reflectem a preocupação sobre os relatos dos direitos humanos no Irão.

O Dr. Kishan Manocha, Director do Gabinete de Assuntos Externos, da Comunidade Bahá'í do Reino Unido, saudou esta discussão, de âmbito tão alargado. "O facto de tantos deputados, representando todos os partidos, terem realmente participado, reflecte a enorme preocupação com os relatos sobre os direitos humanos no Irão e, especialmente, a sua crescente intolerância religiosa", afirmou.

"Estamos, é claro, satisfeitos, pelos Bahá’ís terem sido mencionados com destaque", acrescentou. "Mas também estamos felizes porque os parlamentares do Reino Unido estão a concentrar-se nos problemas enfrentados por outras minorias religiosas. Precisamos de falar em uníssono sobre a situação da intolerância religiosa no Irão".

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FONTE: Debate highlights dangerous escalation of religious persecution in Iran (BWNS)

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