A Irmandade Muçulmana apoia a discriminação das minorias
De acordo com um artigo recente publicado
no jornal egípcio Al-Sabah (A Manhã) , o actual ministro da Educação, Dr.Ibrahim Ghoniem, que também é membro da Irmandade Muçulmana, afirmou que não será
permitida a admissão de crianças Bahá’ís em escolas públicas .
A entrevista abordava a sua visão sobre o
futuro da educação no Egipto, e as suas intenções a respeito das acções do Ministério
da Educação, a estrutura administrativa do sistema de ensino e suas relações
com as diversas autoridades e sistemas relacionados com o Ministério.
Quando lhe foi perguntado "o que é a
posição do Ministério sobre o direito dos "filhos" dos Bahá'ís a
serem admitidos nas escolas do Ministério?" ele respondeu: "A lei da
nação, com base nas leis do estado civil, é que ela não reconhece mais do que
três religiões. [A Fé] Bahá’í não é nenhuma das três, e portanto os seus filhos
não têm direito de admissão nas escolas do Ministério. "
Excerto da entrevista do Sr. Ghoniem ao jornal Al-Sabah |
Muitos leitores poderão ver nestas
palavras mais uma indicação de que a “Primavera Árabe” está a ser substituída
por um “Inverno Árabe”. Outros denunciarão a crueldade de uma decisão
profundamente injusta de um regime que afirma basear as suas leis na religião.
E outros apontarão a mentalidade retrógrada de políticos que consideram justa
uma decisão que visa discriminar alguns cidadãos com base em factores
religiosos.
É verdade que com esta decisão o Egipto se
afasta da modernidade e da democracia; o seu governo deixa de ser um governo de
todos os egípcios para ser apenas um governo da Irmandade Muçulmana; a
democracia egípcia ignora os mais elementares direitos humanos e passa a ser
uma ditadura da maioria; o Ministério da Educação, que devia investir no
bem-estar de todas as crianças egípcias, aposta em práticas ancestrais de
discriminação (que também existiam no regime anterior).
Um outro aspecto das palavras do Sr. Ghoniem
(que tem fama de ser um prestigiado educador) é bem revelador da mentalidade
sexista dos novos governantes egípcios. O ministro refere apenas os "filhos"
e ignorando completamente as "filhas"! Será que as filhas não
existem? É esta a nova linguagem moderna e revolucionária, dos responsáveis
pela educação da futura geração de egípcios? Onde está a igualdade de género?
Será que as "filhas" estão isentas desta visão iluminada do Sr.
Ministro? Poderão entrar nas escolas, ou será que nem sequer são dignas de
consideração?
Seria importante que os governos Ocidentais
estivessem atentos aos actos do Governo Egípcio. Recentemente, o Banco Europeude Reconstrução e Desenvolvimento (BERD) aprovou um empréstimo ao Egipto novalor de 1,25 mil milhões de Euros. Também o FMI aprovou um outro empréstimo de4,8 mil milhões de Dólares ao novo regime egípcio.
Mas será que um regime onde as crianças são
privadas do direito à educação devido apenas às convicções religiosas dos seus
pais, merecedor do apoio de organizações internacionais como o BERD e o FMI? Podem
os países ocidentais fechar os olhos a estes actos e entregar um cheque ao
Governo Egípcio como se tudo estivesse bem?
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SOBRE ESTE
ASSUNTO:
Egypt's Minister of Education will forbid schooling ofBaha'i children (Baha’i Faith in Egypt)
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