quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Jesus Cristo: os Nomes de Deus

Por Maya Bohnhoff 

Todos os ensinamentos dos Profetas são um só; uma só fé; uma Luz Divina brilhando em todo o mundo. Agora, sob o estandarte da unicidade da humanidade, todos os povos de todos os credos devem afastar-se dos preconceitos, tornar-se amigos e crentes em todos os Profetas. Tal como os Cristãos acreditam em Moisés, também os judeus deveriam crer em Jesus. Tal como os Muçulmanos acreditam em Cristo e Moisés, também os Judeus e os Cristãos devem acreditar em Maomé. Assim todas as desavenças desapareceriam, todos estariam unidos. Bahá’u’llah veio para este propósito. ('Abdu'l-Bahá, 'Abdu'l-Bahá in London, p. 40)
No início desta série textos referi que fui criada com a crença de que Jesus Cristo era a palavra final de Deus para o mundo. No entanto, quando eu própria procurei as escrituras, estas desafiaram sempre essa crença. Da mesma forma que Moisés anuncia o aparecimento de Cristo com as palavras "um profeta como eu" (algo que leva a perceber tipo de profeta foi Moisés), Cristo também fala de futuros manifestantes da Luz Divina.

Especificamente, Jesus refere o "Espírito da Verdade", a quem também se refere como "outro Consolador" em várias ocasiões no registo do Evangelho. Em João 16:12-15, Ele afirma:
Tenho ainda muitas coisas a dizer-vos, mas não sois capazes de as compreender por agora. Quando Ele vier, o Espírito da Verdade, há-de guiar-vos para a Verdade completa. Ele não falará por si próprio, mas há-de dar-vos a conhecer quanto ouvir e anunciar-vos o que há-de vir. Ele há-de manifestar a minha glória, porque receberá do que é meu e vo-lo dará a conhecer. Tudo o que o Pai tem é meu; por isso é que Eu disse: 'Receberá do que é meu e vo-lo dará a conhecer'.
Moisés retirado das águas, Nicholas Poussin
Lendo isto com cuidado, fiquei impressionada com o que Cristo dizia sobre este Espírito da Verdade: que Ele possui "tudo o que o Pai tem" tal como o próprio Cristo. Este excerto essencialmente diz que "Deus suscitará um profeta como Eu", num momento futuro, que proferirá a palavra de Deus, profetizando, glorificando-me e proclamando a minha mensagem. Noutro excerto (João 14:26), Cristo diz que o Espírito da Verdade "há-de recordar-vos tudo o que Eu vos disse" - tal como Cristo recordou os ensinamentos de Moisés aos que O ouviam, citando frequentemente Moisés quando Lhe era pedido que desse a conhecer a sabedoria divina.

Assim, Deus continua a falar à humanidade através destas almas preciosas; e tem falado “desde o começo do mundo” como afirmou Pedro. Deus nunca deixou de falar à humanidade; mas a humanidade tem uma audição selectiva.

O livro do Apocalipse contém outra confirmação da ideia de que Deus lança sobre nós a mesma Luz através de diferentes lâmpadas. João escreve no Apocalipse que o Espírito se refere a Si próprio como "Alfa e Ómega, o primeiro e o último" (compare-se com a frase de Krishna: "Eu sou o começo, e o meio e o fim de todas as coisas"). Ele também faz uma profecia enigmática:
Ao que vencer, fá-lo-ei coluna no templo do meu Deus. Entrará e não mais sairá dele. E gravarei nele o meu novo nome, o nome do meu Deus, o nome da cidade do meu Deus, a nova Jerusalém que desce do céu de junto do meu Deus. (Apocalipse 3:12)
Aqui, Cristo afirma que vai ter um nome diferente, um novo nome. E, embora eu também tenha sido ensinada que Jesus é o nome de Deus, não há qualquer versículo em qualquer livro da Bíblia que afirme tal coisa, nem sequer Jesus sugeriu isso.

Quando a minha amiga Bahá’í me anunciou que "Cristo voltou e o seu novo nome é Bahá'u'lláh", fiquei indignada, apavorada, espantada, fascinada, e, por fim, galvanizada, porque já não considerava enigmática a profecia de Cristo. O novo nome, escreveu Bahá'u'lláh, era "a Glória de Deus" - "Bahá'u'lláh" em árabe, "Baha-ela", em hebraico. E a Nova Jerusalém, a Cidade de Deus, era o Seu livro - o conjunto de ensinamentos de Deus, renovado com o aparecimento de cada Mensageiro.

Acabei por acreditar, que tal como Moisés se referiu a um futuro manifestante de Deus quando mencionou "um profeta como Eu", também Cristo se refere ao Seu regresso numa forma humana diferente, com um novo nome - a mesma luz numa lâmpada diferente.

As escrituras dizem-nos que Deus quer que Lhe obedeçam por amor, e não por medo. Não iria este espantoso e amoroso Deus - revelado por Cristo - mostrar esse amor desde o princípio que não tem princípio até ao fim que não tem fim? Será que Deus se revela brevemente apenas uma vez na história e depois remete-Se ao silêncio? Cristo diz que não.

Comecei esta série de textos, salientando que segui a linha da revelação de Moisés a Cristo (e depois d’Ele) para tentar refutar Bahá'u'lláh. Mas o que encontrei foram provas que confirmam a afirmação de Bahá'u'lláh ser o "outro Consolador" enviado por Deus, outra manifestação do Espírito da Verdade. Convido os leitores a ler as palavras de Cristo sobre o Espírito da Verdade e a reflectir em oração como estas caracterizam a relação entre Moisés e Cristo.

Que razões temos nós para acreditar que a revelação de Deus vai terminar, sobretudo quando mais precisamos dele?

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Texto Original: Jesus Christ: The Names of God (BahaiTeachings.org)
Texto Anterior: Jesus Cristo: o Caminho de Deus 
NOTA: Todas as citações biblicas são retiradas da tradução dos Capuchinhos.
 
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Maya Bohnhoff é Baha'i e autora de sucesso do New York Times nas áreas de ficção científica, fantasia e história alternativa. É também compositora/cantora (juntamente com seu marido Jeff). É um dos membros fundadores do Book View Café, onde escreve um blog bi-mensal, e tem um blog semanal na www.commongroundgroup.net.


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