sábado, 13 de outubro de 2018

Como seria um Mundo Pacífico?

Por David Langness.


Mais do que qualquer outra coisa, os ensinamentos Bahá’ís focam-se no alcançar a paz universal através da unidade global – a unidade das raças, religiões e nações.

A visão de Bahá’u’lláh para o futuro da humanidade centra-se em torno da construção da unidade do planeta, estabelecendo laços de fraternidade entre todos os povos e nações, e descobrindo o nosso rumo, enquanto espécie, para uma paz global duradoura, justa e unificadora:
Tão poderosa é a luz da unidade que pode iluminar toda a terra. Esforçai-vos para que consigais alcançar esta condição transcendente e mui sublime, uma condição que pode assegurar a protecção e segurança de toda a humanidade. (Gleanings from the Writings of Baha’u’llah, CXXXII)
Todos os dias milhões de Bahá’ís celebram, honram e trabalham diligentemente para este ideal irresistível. Shoghi Effendi - o Guardião da Fé Bahá’í e historiador e intelectual educado em Oxford - resumiu esse ideal quando, em 1936, delineou brevemente a visão Bahá’í da unificação da humanidade:
A unidade da raça humana, tal como antecipada por Bahá'u'lláh, implica o estabelecimento de uma comunidade mundial em que todas as nações, raças, credos e classes estão íntima e permanentemente unidas, e em que a autonomia dos seus Estados membros, e a liberdade e iniciativa pessoais dos indivíduos que as compõem, estão definitiva e completamente salvaguardadas.

Esta comunidade deve, tanto quanto a podemos visualizar, incluir um parlamento mundial, cujos membros, enquanto fideicomissários de toda a humanidade, irão, em última análise, controlar todos os recursos de todas as nações que a integram, e promulgar leis que sejam necessárias para regular a vida, satisfazer as necessidades e organizar as relações entre todas as raças e povos.

Um executivo mundial, apoiado por uma força internacional, executará as decisões e aplicará as leis promulgadas por este parlamento mundial, e protegerá a unidade orgânica de toda a comunidade mundial.

Um tribunal mundial julgará e emitirá o seu veredicto vinculativo e final em todas e quaisquer disputas que possam surgir entre os vários elementos que constituam este sistema universal.

Um mecanismo de intercomunicação mundial será concebido, envolvendo todo o planeta, livre de entraves ou restrições nacionais, e funcionando com maravilhosa rapidez e perfeita regularidade.

Uma metrópole mundial actuará como centro nervoso de uma civilização mundial, foco para onde convergirão as forças unificadoras da vida e da qual emanarão as suas influências estimulantes.

Uma língua mundial será inventada ou escolhida entre as línguas existentes e será ensinada nas escolas de todas as nações federadas como auxiliar à sua língua materna.

Uma escrita mundial, uma literatura mundial, um sistema universal e padrão de moeda, pesos e medidas simplificará e facilitará o relacionamento e a compreensão entre nações e raças da humanidade.

Nessa sociedade mundial, ciência e religião, as duas mais poderosas forças da vida humana, reconciliar-se-ão, cooperarão e desenvolver-se-ão harmoniosamente.

A imprensa, num tal sistema, dará um espaço pleno à expressão das diversificadas opiniões e convicções da humanidade e deixará de ser manipulada de forma maliciosa por interesses poderosos, sejam privados ou públicos, e libertar-se-á da influência de governos e povos rivais.

Os recursos económicos do mundo serão organizados, as suas fontes de matérias primas serão aproveitadas e totalmente utilizadas, os seus mercados serão coordenados e desenvolvidos, e a distribuição dos seus produtos será regulada equitativamente.

Rivalidades, ódios e intrigas entre nações cessarão e a animosidade e o preconceito racial serão substituídos pela amizade, compreensão e cooperação raciais.

As causas de luta religiosa serão permanentemente removidas, as barreiras e as restrições económicas serão completamente abolidas, e a desmesurada distinção entre classes será suprimida.

A indigência, por um lado, e a acumulação grosseira de bens, por outro, desaparecerão.

A enorme energia que se gasta e desperdiça na guerra, seja económica ou política, será consagrada a objectivos, como o alargamento do alcance das invenções humanas e o desenvolvimento técnico, o aumento da produtividade da humanidade, o extermínio da doença, o alargamento da investigação científica, a melhoria do nível de saúde física, o aperfeiçoamento e refinamento do cérebro humano, a exploração dos recursos insuspeitos e não utilizados do planeta, o prolongamento da vida humana e a promoção de qualquer outro meio que estimule a vida intelectual, moral e espiritual de toda a raça humana. (The World Order of Bahá’u’lláh, p. 203.)
Esta poderosa e emocionante visão Bahá’í sobre uma nova ordem mundial - caracterizada pela justiça, paz e unidade - inspira Bahá’ís e os seus apoiantes em todo o mundo a trabalhar para o dia em que as forças unificadoras da vida culminem num mundo pleno de esperança, alegria e harmonia.

Se essa visão agita a sua alma e intriga a sua mente, talvez lhe interesse saber mais sobre como o plano de paz Bahá’í pretende trazer esse mundo justo e pacífico à existência. Vamos analisar, no próximo texto desta série, como os ensinamentos Bahá’ís recomendam que façamos o desarmamento do nosso planeta.

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Texto original: What Would a Peaceful World Look Like? (www.bahaiteachings.org)

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David Langness é jornalista e crítico de literatura na revista Paste. É também editor e autor do site www.bahaiteachings.org. Vive em Sierra Foothills, California, EUA.

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