sábado, 21 de novembro de 2020

Um Deus que ama

Por David Langness


Ó FILHO DO HOMEM!
Amei a tua criação, e por isso te criei. Assim, ama-Me para que Eu possa mencionar o teu nome, e encher a tua alma com o espírito da vida.

Ó FILHO DO SER!
Ama-Me, para Eu te possa amar. Se não Me amas, o Meu amor de modo algum te pode alcançar. Sabe isto, ó servo!

Ó FILHO DO SER!
O teu Paraíso é o Meu amor; o teu lar celestial, a reunião Comigo. Entra aí sem demora. Isto é o que te foi destinado no Nosso Reino no alto e no Nosso domínio excelso. (Bahá’u’lláh, The Hidden Words, pp. 4-5)
Estes três fascinantes excertos das Palavras Ocultas de Bahá’u’lláh pedem-nos que retribuamos as dádivas de Deus; retribuir o amor de Deus e procurar a reunião com o Criador místico.

O teu Paraíso é o Meu amor”, diz-nos Bahá’u’lláh. Mas o que é que isto significa? Podemos encontrar uma alusão a este significado noutras escrituras de Bahá’u’lláh:
Em todas as épocas e séculos, o propósito dos Profetas de Deus e seus eleitos não tem sido senão a afirmação do significado espiritual dos termos “vida”, “ressurreição” e “juízo.” Se alguém ponderar por um momento… descobrirá, seguramente, os mistérios ocultos nos termos “sepultura”, “túmulo”, “caminho recto”, “paraíso” e “inferno.” Mas, como é estranho e deplorável! Vê como todo o povo está aprisionado no túmulo do ego, e jaz sepultado nas profundezas do desejo mundano! Se alcançasses apenas uma gota das águas cristalinas do conhecimento divino, perceberias rapidamente que a verdadeira vida não é a vida da carne, mas a vida do espírito. Pois a vida da carne é comum a homens e animais, enquanto a vida do espírito é possuída apenas pelos puros de coração que sorveram do oceano da fé e partilharam o fruto da certeza. Esta vida não conhece morte e esta existência é coroada com a imortalidade. (Bahá’u’lláh, O Livro da Certeza, ¶128)
Nestas três breves palavras Ocultas, podemos meditar sobre a base de todo o conhecimento místico e teológico da Fé Bahá’í – Deus criou a humanidade por amor; temos um desejo natural de retribuir esse amor com gratidão e alegria; que o nosso verdadeiro destino, a nossa derradeira existência celestial, neste mundo e no vindouro, depende da nossa vida espiritual, e da forma como desenvolvemos as nossas almas.

A verdadeira vida”, afirma Bahá’u’lláh, “não é a vida da carne, mas a vida do espírito.” Para os Bahá’ís não existe melhor definição de imortalidade da alma. Os Bahá’ís acreditam que Bahá’u’lláh sofreu exílio, tortura e prisão durante quarenta anos para que os corações da humanidade pudessem ficar incandescentes e radiantes, espiritualmente receptivos e vivos. Bahá’u’lláh ensinou que esta transformação profundamente importante, que implica transcender o ego físico e despertar a nossa identidade espiritual, acenderá os nossos corações, glorificará as nossas almas, transformará as nossas falhas em virtudes e a nossa ignorância em conhecimento. Ele disse que apesar de todas as pessoas serem peregrinos nesta terra temporária, devemos procurar, descobrir e caminhar pela estrada que conduz ao reino celestial e descobrir a vida eterna.

Apenas viajamos durante algum tempo, dizem-nos as Escrituras Bahá’ís. O nosso verdadeiro propósito não termina quando os nossos corpos ficam incapacitados, como acontece inevitavelmente a toda a gente. Essa morte física, o maior e mais profundo mistério da vida, transporta a nossa essência, a nossa alma, para um plano mais espiritual, um paraíso de amor e encontro.

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Texto original: Loving God (www.bahaiteachings.org)


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David Langness é jornalista e crítico de literatura na revista Paste. É também editor e autor do site www.bahaiteachings.org. Vive em Sierra Foothills, California, EUA.

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