sábado, 12 de dezembro de 2020

Quando uma estrela brilhante aparece no céu...

Por Barron Harper.


Com o aproximar da época do Natal, temos um momento para pensar sobre os verdadeiros motivos porque se trata de um momento maravilhoso para tantas pessoas.

O Natal sempre foi a minha festa preferida. Nas semanas que antecedem o dia de Natal em que celebra ao nascimento do menino Jesus - o Cristo – fico sempre entusiasmado com a ideia do aparecimento de Cristo na Terra. Muitos séculos depois, todos conhecemos várias canções de Natal que são entoadas e transmitidas durante esta época, as representações coloridas dos presépios, as reuniões de família. Celebramos com luzes – símbolos de esclarecimento, alegria e esplendor.

Todos conhecemos a história bíblica de Jesus: a misteriosa gravidez de Maria através do Espírito Santo; a viagem de Maria e José para Belém para se registarem no recenseamento; o nascimento de Jesus num estábulo simples; os pastores que foram guiados por um anjo à cidade de David onde encontraram e adoraram o menino. Quem diria que estes eventos e a viagem dos Magos seria representada anualmente em todos o mundo durante milhares de anos?

Mas quem eram os três reis Magos do Oriente que viram uma estrela invulgar no céu?

Quer a estrela fosse um cometa, uma supernova ou uma conjunção de planetas, estes sábios reconheceram nas profecias da sua religião que a estrela significava o aparecimento de uma criança cujo destino era ser um rei especial. Por esse motivo, seguiram a estrela brilhante até Belém. Segundo a tradição, os Magos seriam sacerdotes Zoroastrianos. Como parte da sua cultura, teriam seguido os padrões das estrelas.

Quando o rei Herodes soube que esta criança seria coroada como rei dos judeus, ele chamou os Magos e pediu-lhe que o informassem da localização da criança. Ele tinha medo de perder o trono e queria matar Jesus, mas disse aos Magos que apenas queria adorar a criança. Quando os Magos encontraram Jesus, que na altura já teria um ou dois anos, ofereceram-Lhe ouro, incenso e mirra.

Avisados num sonho para não se encontrarem novamente com Herodes, os Magos seguiram por outro caminho. Irritado pela fuga clandestina dos Magos, Herodes ordenou a matança de todos os rapazes com menos de dois anos que viviam perto de Belém. Entretanto, Maria e José tinham fugido com o filho para o Egipto.

Podemos ver este mesmo padrão na história atribuída ao faraó egípcio, cerca de 1300 anos antes do nascimento de Jesus. Os adivinhos, ao verem uma estrela brilhante aparecer no céu, avisaram o Faraó que tinha sido concebida uma criança que iria alterar o seu destino e o destino do seu povo. Temendo que os escravos hebreus lhe tomassem o trono, o Faraó ordenou que todas as crianças hebraicas do sexo masculino fossem afogadas no rio Nilo. Moisés escapou à morte quando a sua mãe o colocou num cesto, e foi levado pela corrente do rio. Foi encontrado pela filha do faraó e educado pela família real.

Cerca de 700 anos antes de Moisés, o nascimento de Abraão também foi anunciado por uma estrela. O rei Nimrod teve um sonho perturbador. Chamou os adivinhos e eles falaram-lhe sobre o aparecimento de uma estrela no céu. Conhecedor de uma tradição que afirmava que o aparecimento de uma estrela significava o nascimento de uma criança que ia mudar a forma como a religião era praticada, ele pensou na melhor forma de eliminar essa criança-profeta – mas não conseguiu.

Destas narrativas, percebemos que o aparecimento de estrelas brilhantes anúncio de mensageiros divinos é um uma tradição antiga. Os antepassados de Abraão – Adão, Set e Enoch – perceberam de que forma os acontecimentos nos céus estariam relacionados com o advento de futuros Cristos. Séculos de observação dos céus em busca de prenúncios de eventos espirituais teriam inspirado muitas pessoas a prever o aparecimento de “Cristos” ao longo dos tempos. Histórias semelhantes sobre estrelas chegaram-nos através de Zoroastro e outros mensageiros divinos.

Bahá’u’lláh, o fundador da Fé Bahá'í, afirmou que sempre que um desses mensageiros aparece esses “sinais que anunciam o seu advento” serão revelados no céu visível e invisível:

... tornou-se claro e manifesto que antes da revelação de cada um dos Espelhos que reflecte a Essência divina, os sinais que anunciam o Seu advento devem necessariamente revelar-se no céu visível assim como no invisível, onde está o lugar do sol do conhecimento, a lua da sabedoria, e as estrelas da compreensão e da palavra. O sinal do céu invisível deve necessariamente ser revelado na pessoa daquele homem perfeito que, antes de cada Manifestante aparecer, educa e prepara as almas dos homens para o advento dos Luminares divinos, a Luz da unidade de Deus entre os homens. (Bahá’u’lláh, O Livro da Certeza, ¶73)

Essa estrela brilhante, portanto, simboliza a luz da nova Fé, e a iluminação de todas as almas. É por isso que a comemoração destes eventos abençoados assinala um momento especial do Natal todos os anos. Como Cristão que abraçou a Fé Bahá’í, celebro no Natal os adventos de todos os mensageiros de Deus.

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Texto original: When a Brilliant Star Appears in the Heavens (www.bahaiteachings.org)


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Barron Harper é um consultor fiscal internacional. Aceitou a Fé Bahá’í em 1967, serviu em instituições Bahá’ís locais e nacionais nos Estados Unidos, Argentina e Portugal, e é autor de dois livros Bahá’ís - “Lights of Fortitude” (George Ronald Press) e “Unfurling the Divine Standard".

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