sábado, 6 de março de 2021

Sacrifício e Ressurreição

Por Maya Bohnhoff.


Um dos temas mais relevantes quando conheci a Fé Bahá’í relacionava-se com o que Cristo ensinara e, consequentemente, o que poderia ser considerado como uma crença Cristã nuclear ou fundamental. Durante uma sessão do “Cult Night”, o Pastor Dan levantou a questão com que eu me tinha confrontado na minha investigação.

O Dan perguntou: “Os discípulos transmitiram, ou não, uma mensagem sobre a expiação pelo sangue e sobre a ressurreição?”

No Evangelho de Mateus (28: 16,20) lemos exactamente aquilo que os discípulos ensinaram às suas audiências – especificamente, “ensinando-lhes a obedecer a todas as coisas que vos ordenei”. O Evangelho diz apenas que os novos crentes devem amar Deus, acreditar n’Aquele que Ele enviou, obedecer aos Seus mandamentos – uma mensagem tão simples que até uma criança pode compreender.

O registo do trabalho missionário dos primeiros discípulos confirma isto. Em Actos 16:30-32, quando lhes é perguntado como pode ser salvo, os discípulos respondem ao carcereiro que ele deve “acreditar no Senhor Jesus Cristo”. E o versículo prossegue: “pregaram a palavra de Deus a ele”.

As escrituras dizem-nos repetidamente aquilo que os discípulos de Cristo ensinavam. Claro que falariam do sacrifício e ressurreição de Jesus. Faziam isto, segundo Pedro, “para que a vossa fé e esperança possa estar em Deus”.

Mas vejamos as implicações da salvação individual:

Assim, já que tendes a vossa vida purificada pela obediência à verdade que leva ao amor fraternal não fingido, amai uns aos outros de todo coração…. E essa é a palavra que vos foi evangelizada… Portanto, deixando toda maldade, todo engano, fingimento, inveja e toda difamação, desejai o puro leite espiritual, como bebés recém-nascidos, a fim de crescerdes por meio dele para a salvação… (1 Pedro 1: 22-25 e 2:1-3)

O crente purifica a sua alma ao seguir a verdade. Além disso, ele nasce de novo… através da palavra de Deus. E aqui, Pedro apresenta-nos uma metáfora para a Palavra – como leite para um recém-nascido. Os recém-nascidos não podem viver sem o leite das mães, e assim esta metáfora diz-nos que a alma humana não pode nascer de novo sem a palavra de Deus, e não pode viver sem ela. Sobre isto, as escrituras Bahá’ís dizem-nos:

… no reino espiritual da inteligência e do idealismo deve existir um centro de iluminação, e esse centro é a estrela eterna e sempre brilhante, a Palavra de Deus. As suas luzes são as luzes da realidade que brilham sobre a humanidade, iluminando o reino do pensamento e da moral, atribuindo dádivas do mundo divino ao homem. Estas luzes são o motivo da educação das almas e a fonte de iluminação dos corações, propagando com brilho resplandecente a mensagem das boas-novas do reino de Deus. (‘Abdu’l-Bahá, Baha’i World Faith, p. 254)

Quando os discípulos falavam do sacrifício de Cristo e do derramamento do Seu precioso sangue, não era o Seu sangue, mas o “leite puro” da Sua palavra que ofereciam àqueles com quem falavam.

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Texto original: Sacrifice and Resurrection (www.bahaiteachings.org)


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Maya Bohnhoff é Baha'i e autora de sucesso do New York Times nas áreas de ficção científica, fantasia e história alternativa. É também compositora/cantora (juntamente com seu marido Jeff). É um dos membros fundadores do Book View Café, onde escreve um blog bi-mensal, e ela tem um blog semanal na www.commongroundgroup.net.

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