sábado, 3 de junho de 2023

Os 3 sinais que me levaram a um Novo Destino Espiritual

Por Kim Mennillo.


Eu era pesquisadora espiritual antes de saber que era pesquisadora – por isso, deixem-me contar-vos a história de como passei de Cristã dedicada a Bahá'í muito dedicada.

Nas pequenas cidades dos EUA, a maioria das famílias ia à catequese aos domingos e à igreja todas as semanas, sem hesitar. Quando eu era criança, essa tradição estava tão enraizada em mim, quanto ir à escola, e eu adorava cada momento. A minha primeira igreja pertencia à tradição evangélica reformada. A minha melhor lembrança era interpretar um dos animais na peça de Natal, entoando a canção infantil “The Friendly Beasts” (“Animais Amigos”).

Em 1957, as denominações Evangélica Reformada e Congregacional fundiram-se e criaram a Igreja Unida de Cristo (IUC). Quando nos mudámos para outra cidade, juntámo-nos à igreja da IUC, onde mantive uma vida espiritual vibrante, plena de bons momentos na catequese de domingo, nas Escola Bíblica das Férias, nos encontros de Jovens e no coro da igreja. A IUC tinha uma mentalidade global, progressista e era bastante liberal na sua posição sobre os assuntos mundiais. Isso e os ensinamentos de meus pais criaram em mim uma forte orientação moral e uma mente aberta.

Mas ainda era uma pequena cidade dos EUA, e eu era curiosa. Sabia que ainda havia muito para descobrir, como recomendam estas palavras de 'Abdu'l-Bahá:

Deveis esforçar-vos para compreender os mistérios de Deus, alcançar o conhecimento ideal e atingir a condição da visão, recebendo directamente do Sol da Realidade e tomando uma porção da antiga dádiva de Deus.

Por sugestão de um ministro da igreja, matriculei-me numa faculdade ligada à IUC, numa especialização em música. No primeiro ano, fiz uma segunda especialização: religião, com foco na educação cristã. A aula de religiões do mundo despertou-me para a beleza e a maravilha das religiões diferentes da minha.

Conhecer outras religiões fez-me questionar a crença Cristã de que é preciso acreditar apenas em Jesus para entrar no céu. Isso não fazia o menor sentido para mim. E as pessoas que morriam sem nunca ter ouvido falar de Jesus? As suas almas não teriam vida após a morte? Algo estava errado.

Lembro-me claramente do primeiro sinal, a minha primeira indicação de que existiam outras possibilidades. Porque tinha aprendido coisas sobre Krishna, Buda, Muhammad e outros, fiquei a conhecê-los e aos seus ensinamentos. De repente, pensei: “E se Deus envia um novo mensageiro a cada mil anos, mais ou menos, e se Ele estiver simplesmente a enviar esses profetas para dar um pouco mais da Sua mensagem ao longo da história e for tudo a mesma religião?” Agora isto começava a fazer sentido, e eu acreditava que um pouco de mim tinha acabado de ter uma ideia original. Mal sabia eu que Deus havia plantado uma semente chamada revelação progressiva. Mais tarde, eu tomaria conhecimento daquilo que Bahá’u’lláh, o profeta e fundador da Fé Bahá’í, disse em meados do século XIX: “Certamente mostrar-lhes-emos os Nossos sinais no mundo e dentro deles, até que se torne claro para eles que não há Deus senão Ele”.

Depois de terminar os meus estudos, trabalhei como directora de educação Cristã e ocupei esse cargo em três igrejas diferentes, e vivi em várias cidades com o meu marido e meu filho. Em 1982, eu pensava seriamente em fazer um mestrado em educação Cristã – ou tornar-me pastora na igreja. Então surgiu inesperadamente o segundo sinal. Ia a caminho das aulas no primeiro dia de seminário; estava grávida do nosso segundo filho, e senti fortes enjoos matinais. Eu sabia, pela experiência com a gravidez anterior, que nunca me conseguiria concentrar nos estudos; decidi desistir da escola mesmo antes mesmo de começar.

Nessa altura, não vi isso como um sinal, mas, em retrospectiva, percebi que Deus estava a indicar-me uma direcção totalmente diferente.

À medida que nossos filhos cresciam, começou a instalar-se uma inquietação na nossa família. Ainda íamos à igreja e eu adorava cantar no coro, mas os nossos filhos não estavam a aprender nada na catequese dominical; e sentíamos que os serviços religiosos na igreja eram cada vez mais rotineiros e sem sentido. A gota d'água aconteceu quando o pastor depois de ter feito um bom sermão na igreja, foi visto a gritar e insultar outra pessoa no estacionamento da igreja. Deixámos de sentir a espiritualidade naquele espaço. Ficámos decepcionados e desiludidos; mas sabíamos que deveria haver algo melhor para abraçarmos totalmente.

O terceiro sinal apareceu em 1988, pouco antes de eu descobrir a Fé Bahá'í. Eu estava a recuperar de um cancro e ouvia uma meditação guiada pelo Dr. Bernie Siegel. A certa altura, ele pediu ao ouvinte que imaginasse estar a seguir por um caminho, e ver alguém que se aproximava para o ajudar no caminho do bem-estar. Eu queria desesperadamente que fosse a minha avó, que tinha falecido de cancro de mama, quando eu era adolescente. Eu precisava que fosse ela; sentia muita a falta dela.

Mas, na minha mente, eu vi um homem de túnica branca e turbante a caminhar silenciosamente na minha direção. Não! Quem era este? Eu queria a minha avó! O homem virou-se e foi embora, mas nunca esqueci aquela imagem. Muitos anos depois, depois que nos tornamos Bahá'ís, eu folheava o livro O Mistério de Deus, que tem fotos maravilhosas de 'Abdu'l-Bahá - filho e sucessor de Bahá’u’lláh. De repente, parei numa imagem das suas costas, tirada enquanto ele se afastava do fotógrafo. Não consegui conter as lágrimas; reconheci imediatamente a pessoa que vi durante aquela meditação!

Senti uma enorme culpa por ter rejeitado 'Abdu'l-Bahá anteriormente e nas minhas orações implorei o Seu perdão. Se eu soubesse quem Ele era! Eu acredito que Ele realmente veio até mim para me oferecer conforto quando eu recuperava do cancro e eu rejeitei-o categoricamente. Mas ganhei coragem com estas palavras do Báb, o arauto e precursor de Bahá'u'lláh:

Em verdade, neste Dia, todos os que habitam na terra são servos de Deus. Quanto aos que crêem verdadeiramente em Deus e estão bem seguros dos sinais revelados por Ele, talvez Ele os perdoe graciosamente pelas coisas que as suas mãos cometeram e lhes conceda admissão nos recintos da Sua misericórdia. Ele, na verdade, é o Sempre-Clemente, o Compassivo.

Estes três sinais levaram-me para um rumo surpreendente e inesperado – que irei descrever no próximo artigo.

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Texto original: The 3 Signs that Led Me to a New Spiritual Destination (www.bahaiteachings.org)


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Kim é Bahá'í e reside em Newington, Connecticut, EUA. Ela e o marido, Tom, aceitaram a Fé Bahá’í em 1990. Kim foi fisioterapeuta durante 28 anos e agora está reformada. Tem trabalhado em várias agências da comunidade e Bahá’í e hoje tem uma pequena empresa (www.dandysreflections.net).

1 comentário:

zorro disse...

Aqui no Brasil editamos um livro "Flores do Sagrado Limiar" com o relato maravilhoso de 63 histórias que relatam como se deram as miraculosas declarações desses indivíduos. Estou entre os três gaúchos que postaram seus relatos e meu texto se intitula "Frutas Maturas". Esse tipo de conteúdo é muito bom para ser emprestado a contatos que estão sedentos por identificar com relatos semelhantes à sua busca. Todas as declarações são miraculosas ou têm nuances fantásticas estimulantes para os escolhidos se identificarem e decidirem uma nova missão em suas vidas.

Atte,
Gilmar Batista de Suza
zorrobahaí@gmail.com