quinta-feira, 27 de janeiro de 2005

Linux na Administração Pública?

Na minha experiência profissional como consultor, tive já a possibilidade de trabalhar com diversos organismos da Administração Pública. Em todos encontrei a preocupação para manter actualizada o equipamento informático (quer em software, quer em hardware), e também em permitir que os utilizadores estivessem sempre familiarizados com os equipamentos que lhes são disponibilizados.

Em praticamente todos os computadores pessoais da Administração Pública, encontrei o sistema operativo Windows e aplicações do Microsoft Office. Como sabemos, estes produtos sofrem constantes actualizações; por um lado, surgem novas versões de software que exigem hardware mais poderoso; por outro lado, os fornecedores de software deixam de dar apoio e manutenção às antigas versões dos seus produtos. Está-se pois num ciclo vicioso em que o comprador é obrigado a uma despesa considerável para acompanhar as constantes actualizações do seu equipamento informático.

Imagino que na nossa Administração Pública, as despesas com sistema operativo Windows e ferramentas Office seja "ligeiramente astronómicas". Alguém sabe quanto gasta o Estado português apenas em licenças Windows e Office? Onde se pode encontrar essa informação?

O Linux (sistema operativo) não é propriedade de uma empresa; o seu software é do conhecimento público e consequentemente existem muitas empresas que podem dar apoio a sua instalação e "costumização". Torna-se óbvia a redução de custos que se conseguiria com adopção do Linux. E além do Linux existem outros produtos equivalente ao MsOffice, gratuitos ou de custo muito inferior; tratam-se de aplicações que não possuem, obviamente, todas as funções das aplicações da Microsoft. mas contêm as mais comuns, aquelas que me parecem ser de utilização mais frequente. Em termos práticos são produtos que respondem perfeitamente às necessidades da enorme maioria dos utilizadores de informática na Administração Pública.

Segundo os media, em França, em alguns estados alemães e em algumas instituições da União Europeia, já se adoptou Linux e outro do chamado "open software". Seria interessante conseguirmos ver um estudo sobre as vantagens e desvantagens destas opções. Num momentos em que tanto se fala dos custos da administração pública, este assunto não deve cair no esquecimento.

3 comentários:

Santos Passos disse...

Olá Marco: Veja só. Por coincidência, hoje, aqui no Brasil, os computadores do SERPRO (empresa que fornece serviços de computação para boa parte da administração federal) foram atingidos por virus e ficaram parcialmente indisponíveis. A Receita Federal (as "Finanças" daqui), em particular, teve seu site invadido por virus e ficou inacessível. Um diretor do SERPRO informou que até o final deste ano todos os computadores da administração federal estarão a utilizar o LINUX. Muito mais seguro que o WINDOWS (pelo que informam).

Marco Oliveira disse...

SP, essa questão dos virus (e os custo das protecções anti-virus) tmbém deve ser tida em conta.
Curiosamente, um amigo meu aqui em Lisboa que é DBA disse-me que desde que a empresa dele optou por Linux, nunca mais teve esse tipo de problemas.

Rafael disse...

Marco, há um grupo de bahá'ís brasileiros que anda conversando sobre criar uma distribuição linux especialmente voltada para as necessidades da comunidade bahá'í. Veja em: http://br.groups.yahoo.com/group/bahai_linux/ []'s!