sexta-feira, 18 de março de 2005

O Brasil, o software livre e o MIT

MIT Backs Brazil's Free Software Over Microsoft

Esta noticia surgiu ontem e tem vários aspectos positivos. O Brasil prepara-se para tomar uma decisão importante relativamente a computadores pessoais que serão vendidos a baixo preço. Trata-se de cerca de um milhão de computadores pessoais, cujo custo será subsidiado pelo Governo e que se destinam aos brasileiros da baixa classe média. A grande questão do momento é: deverão estes computadores ter instalado uma versão simplificada do Windows ou um sistema operativo do chamado "open software" (tipo Linux)?

O debate ainda prossegue com opiniões que se dividem entre deixar que seja o consumidor final a escolher entre um computador com "open software" ou um computador um pouco mais caro com uma versão simplificada do Windows, e outras opiniões que acreditam pura e simplesmente que a Microsoft deve ser excluída. É importante ter presente que no Brasil (o quinto país mais populoso do mundo) existe uma forte corrente em favor do “open software”; vários organismos governamentais já mudaram os seus operativos para Linux, conseguindo poupanças significativas no que toca aos custos de licenciamento.

O aspecto mais interessante desta notícia é o facto do MIT ter vindo a público apoiar a opção a favor do "open software". Numa carta dirigida ao governo Brasileiro, responsáveis desta prestigiada universidade americana não hesitaram em afirmar: "O software livre é bem melhor no que toca às dimensões custo, poder e qualidade". Talvez o mais interessante é o facto de uma instituição americana defender uma posição que prejudica directamente uma grande empresa americana. A imagem que nos fica é que defenderam uma posição que lhes parece a mais correcta e mais vantajosa para o Brasil, independentemente dos interesses económicos americanos.

Faço votos que o prometido choque tecnológico para o nosso país, inclua alguma decisão deste tipo para a nossa administração pública. Como já aqui referi, parece-me uma questão que devia merecer a atenção dos nossos governantes.

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