"Esta propaganda anti-Baha'i é chocante na sua dimensão, fervor, alcance e sofisticação", declarou Bani Dugal, a principal representante da Comunidade Internacional Bahá'í nas Nações Unidas. "É tudo cinicamente calculado para fomentar a hostilidade contra uma pacífica comunidade religiosa cujos membros se esforçam para contribuir para o bem-estar de sua sociedade", afirmou.
Intitulado Incitar ao ódio: a campanha mediática do Irão para demonizar Baha'is, as principais conclusões do relatório são:
- a propaganda anti-Baha'i tem origem - e é sancionada – no mais altos níveis da liderança do país, incluindo o líder supremo Ayatollah Ali Khamenei, que fez um discurso profundamente discriminatório na cidade santa de Qom, há um ano atrás;
- a campanha despreza as leis e normas internacionais de direitos humanos, incluindo uma resolução que estabeleceu precedentes ao ser aprovada no início deste ano no Conselho de Direitos Humanos da ONU, que, especificamente, condena e combate os estereótipos negativos e incitamento ao ódio contra as minorias religiosas;
- os Baha'is são rotulados como “intrusos” na sua própria terra e como os inimigos do Islã de uma forma que é claramente calculada para provocar a hostilidade dos muçulmanos xiitas do Irã;
- a campanha visa desviar a atenção dos apelos à democracia no Irão usando Baha'is como "bodes expiatórios" de todos os males - e, com isso tentar difamar os que se opõem ao governo e activistas de direitos humanos, rotulando-os como Baha’is "como se isso fosse o crime mais hediondo";
- as autoridades disseminam teorias de conspiração absurdas, descrevendo as emissoras estrangeiras, nomeadamente a BBC e a Voice of America, como estado controladas, ou sob a influência, de Bahá’ís porque noticiam histórias sobre violações dos direitos humanos no Irão.
"Muitos ataques são baseados em distorções grosseiras da história Bahá’í; alguns tentam seguir uma estratégia que tenta associar Bahá’ís a grupos em conjunto completamente alheios - como os «satânicos» ou a polícia secreta do Xá; outros seguem uma táctica de ligar os Baha'is aos «adversários» do regime, de forma a permitir ao Governo desacreditar simultaneamente os Bahá’ís e os seus adversários num único acto. A campanha faz uso extensivo da internet, e muitas vezes usa imagens gráficas que retratam Baha’is com «vampiros diabólicos ou agentes de Israel.»
Bani Dugal afirmou que a demonização da Comunidade Bahá’í do Irão é um assunto que merece a atenção de governos, instituições internacionais legal, e pessoas de bom senso em toda parte.
"A campanha não só viola claramente as leis internacionais de direitos humanos", acrescentou, "é também contradiz totalmente já antiga resposta do Irão - na ONU e noutros lugares - que afirma estar a trabalhar para apoiar medidas que proíbem e condenam o discurso de ódio contra religiões ou pessoas religiosas."
"Os paralelismos entre a campanha de propaganda anti-Baha'i no Irão de hoje e outras campanhas anti-religiosas do passado, patrocinadas pelo Estado, são inegáveis A história mostra que essas campanhas estão entre os mais importantes precursores de violência real contra as minorias religiosas - e, no pior cenário, os precursores de genocídio”, concluiu a sra. Dugal.
Leia o relatório completo aqui (PDF, em inglês)
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FONTE: Report exposes Iran's media campaign to demonize Baha'is (BWNS)
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