Há uma piada que Omid Djalili diz nos seus scketeches rotineiros, que sempre recebe uma boa gargalhada e que ele me repete assim que nos encontramos. "Geralmente chamam-me misógino, sobretudo as mulheres; mas o que é que elas sabem? Elas nem sequer são homens!", afirma orgulhosamente. Fazer luz sobre questões contundentes do sexismo ao terrorismo é o que Djalili faz melhor.
Hoje à noite, o charmoso e simpático comediante britânico-iraniano que está habituado a fazer as pessoas rirem, tem, porém, uma tarefa difícil. Ele vai estar frente a uma multidão académica Londrina para falar de uma antologia de poemas, escrita por uma ex-professora de 55 anos de idade, actualmente encarcerado na infame prisão iraniana de Evin. Ela (juntamente com outros seis) foi presa há cinco anos, "simplesmente devido à sua fé" e os seus poemas lançam luz sobre o rigoroso regime islâmico do Irão. É óbvio que Djalili já fez piadas sobre a injustiça no Irão e no Médio Oriente, mas apresentar o livro Poemas da Prisão a uma audiência de intelectuais e amantes de livros como um assunto sério é uma tarefa um tanto difícil.
De certa forma, é por isso que ele o faz, diz-me Djalili enquanto toma um chá de hortelã. Djalili é sem dúvida o mais famoso comediante iraniano na Grã-Bretanha de hoje, e também segue a mesma fé que a professora detida. Ele é Bahá'í. O facto de ele falar sobre o assunto no Reino Unido permite aumentar muito mais consciência do que a professora poderia por si própria. E ele pode fazer isso de uma maneira suficientemente leve para captar a imaginação das massas.
"Para mim, o humor sempre foi uma ferramenta para ficar acima de situações de ódio e sofrimento. Tenho algumas piadas, algumas coisas na manga, para destacar o absurdo nesta noite", diz ele.
A história dos sete ex-dirigentes da comunidade Bahá'í, que foram presos em 2008 sob acusações "forjadas", também é um assunto perto do seu coração. Há pouco tempo atrás, o tio de Djalili foi detido na mesma prisão exactamente pelo mesmo motivo: ser Bahá'í. É também pela mesma razão o cómico nascido em Londres não viaja para o Irão, o país onde seus pais nasceram, por recear ser preso.
"Tudo isto é ridículo", diz ele. "Para mim é absurdo falar do Governo iraniano; vou fazer alguns comentários humorísticos sobre isso porque é a única maneira. Ter um comediante a usar o escudo da ironia e a espada da verdade, a denunciar as coisas ridículas da sociedade. Quem melhor do que um comediante fazer isso? "
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1 comentário:
With his repeated appeals on behalf of the poor and the environment, Pope Francis shows a deep communion with the Baha'i community.
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