
Em 13 de Julho, o jornal iraniano Hamshahri publicou um longo artigo sobre a vida de Mirza Abbas Nuri e a arquitectura da sua casa. "Ele tinha um bom gosto para as artes e para a beleza; desenhou a sua própria casa num tal estilo que se tornou uma das mais belas casas desse período", escreveu Iman Mihdizadih. "As obras em estuque e os ladrilhos nos quartos, a verdejante varanda coberta, o pátio com um lago central, e as árvores plantadas em canteiros, tudo isso criava uma atmosfera de tranquilidade."
A demolição foi decretada em Abril pelo Ayatollah Kani, director da Escola Marvi, com o pressuposto de que se pretendia criar um cemitério islâmico. Quando a demolição se iniciou em 20 de Junho estiveram presentes funcionários do Ministério da Informação; em 19 de Junho, mais de 70% da estrutura estava destruída.
A destruição da casa de Mirza Abbas Nuri's segue-se à destruição do Santuário de Quddus que já tinha recebido a atenção de vários media internacionais.
Para chamar a atenção da opinião pública mundial foi publicado no New York Times um anúncio onde se lia : "O ódio dos mulláhs extremistas contra os bahá'ís é tamanho que eles, tal como os Taliban do Afeganistão que destruíram as enormes esculturas budistas de Bamiyam, pretendem não só erradicar a religião, mas também eliminar todos os vestígios da sua existência no seu país de origem."
O anúncio publicado no NYT salienta que a casa de Mirza Abbas Nuri era um "monumento histórico e um precioso exemplo da arquitectura islamico-iraniana", "um modelo inigualável de arte, espiritualidade e arquitectura". "Na sua determinação para livrar o Irão da comunidade bahá'í e apagar a sua própria memória, os fundamentalistas no poder estão preparados até para destruir a herança cultural do seu próprio país", continua a declaração.

O anúncio também será publicado nos principais jornais franceses, pois naquele país reside uma vasta comunidade iraniana. "Queremos alertar os iranianos residentes em França que a sua própria herança cultural está em perigo. Por esse motivo apelamos aos iranianos em todo o mundo que protestem contra a destruição da sua cultura", afirmou Brenda Abrar, porta-voz da comunidade bahá’í francesa.
"Vemos tudo isto como um plano concertado do governo iraniano para gradualmente extinguir a Fé Bahá'í como força cultural e entidade coesa", afirmou a Srª Dugal, representante da Comunidade Bahá'í nas Nações Unidas. "Ao longo do anos, a estratégia tem mudado de assassinatos para métodos menos capazes de chamar a atenção internacional, nomeadamente a destruição de lugares sagrados. Mas o resultado final é o mesmo: destruir a comunidade Bahá’í do Irão, juntamente com a sua história e herança."
(Notícia completa no BWNS)
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REFERÊNCIAS
Cópia do anúncio publicado no NYT: http://www.bahai.org/pdf/ad20040912.pdf.
Comunicado de Imprensa da Comunidade Bahá'í dos EUA: http://www.bahai.org/pdf/pr20040912.pdf.
Artigo sobre a situação actual dos Bahá’ís no Irão: http://bahai.org/article-1-8-3-6.html.
História das Perseguições aos Bahá’ís no Irão: http://bahai.org/article-1-8-3-7.html.
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