António Barreto, hoje no Público, referindo-se à atenção dada à Educação pelos programas dos partidos políticos para a educação:
...os textos [dos programas partidários] servem mais para garantir que existe um programa do que para comprometer.
(...)
Nunca, que se saiba, um partido fez as contas e verificou, no fim da sua elaboração, quanto custaria fazer "aquilo". Nem sabem onde ir buscar os meios financeiros, materiais, técnicos e humanos para dar conta do recado.
(...)
[sobre as propostas para a educação] Nenhum dos cinco programas analisados custaria, por ano, menos de 300 milhões de contos (mil e quinhentos milhões de euros) a mais, num orçamento que é já de mais de mil e duzentos milhões de contos (seis mil milhões de euros). Como este dinheiro não existe, como o défice público é hoje perigoso, como não há perspectivas de o crescimento económico futuro imediato ser tal que esses recursos surjam e como os outros capítulos (saúde, justiça, obras públicas, autarquias, segurança social) gastam mais ou menos na mesma proporção, estamos entendidos.
Alguém me disse uma vez que os meus amigos são aqueles que me dizem o que eu preciso ouvir, e não aquilo que eu gosto de ouvir. No texto de Álvaro Barreto encontro mais uma evidência do descrédito do nosso sistema e agentes políticos. E continuo sem saber o que fazer no próximo domingo.
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