Quando nos anos 80 as campanhas de marketing da Benetton espalharam o nome da marca pelo mundo, conseguiram também espalhar o conceito de unidade na diversidade. Aqueles cartazes com pessoas de diferentes raças, vestindo roupas de diferentes cores, mostrando a beleza e harmonia da diversidade, tornaram-se um importante instrumento na mentalização dos povos contra o preconceito racial.
Em termos práticos aquelas campanhas de marketing conseguiam ser mais eficientes do que muitas conferências, discursos e tantas iniciativas de gente bem intencionada. Lembro-me que na época alguns baha'is comentarem como consideravam fascinante a ideia de unidade na diversidade transmitida por aqueles cartazes.
Recentemente uma outra campanha de marketing inunda as ruas do nosso país. Trata-se de uma campanha contra os estereótipos de beleza feminina. A verdade é que o modelo de beleza feminina parecem ser as mulheres magras e jovens; é isso que é imposto de forma implícita na maioria das campanhas de marketing que vamos testemunhando. Ora esse modelo é frequentemente causa de insatisfação entre tanta gente que não consegue seguir esses padrões e motivo de preconceito contra quem não o adopta.
Com três cartazes (uma mulher forte, uma mulher idosa e uma mulher com uma pele cheia de sinais) a Dove questiona esse modelo de beleza que tantos de nós assumimos inconscientemente. Qualquer pessoa com um pouco de bom senso só pode gostar de uma campanha destas e esperar que tenha tanto impacto como as campanhas da Benetton durante os anos 80.
4 comentários:
É realmente bonito de ver uma campanha publicitária assim, mas não nos esqueçamos que a "Colours of Benneton" teve processos em tribunal porque quis registar a cor do céu.
Parece que dá vontade de rir, mas as campanhas da Benneton eram tudo menos inocentes.
Chocavam para vender mais!
A Dove está apenas à procura de um segmento de mercado que lhes está a escapar por entre os dedos, e, que também, diga-se em abono da verdade, ninguém está a explorar.
É óbvio que estas campanhas não têm nada de inocente; o objectivo principal é sempre vender mais, aumentar lucros, etc... Mas esta campanha da Dove e as campanhas da Benetton que referi (não são todas) abordaram aspectos muito importantes.
Imagina - por hipotese académica - que a Coca-cola e a McDonalds lançavam uma campanha de marketing onde defendiam a reorganização das Nações Unidas de forma a que se tornasse mais justa e representativa dos interesses dos povos do mundo.
Isso teria certamente impacto tremendo, e qualquer pessoa com bom-senso iria simpatizar com essa campanha.
No entanto, não era por causa de uma campanha dessas que eu ia comer no McDonalds e beber mais Coca-cola.
:-)
O que eu quis no meu post foi salientar duas situações em que o marketing tem uma influência benéfica na sociedade. Oxalá houvesse mais situações destas!
Tens razão!
Um abraço!
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