"Imergi-vos no oceano de Minhas palavras, para que possais desvendar-lhe os segredos e descobrir todas as pérolas de sabedoria que jazem ocultas nas suas profundezas."A analogia entre as Escrituras Sagradas e o Oceano é das mais interessantes que existem nas Escrituras Baha’is. Quando pensamos em oceano vêem imediatamente à ideia duas das suas principais características: a vastidão e a profundidade. O mesmo acontece com as Escrituras de Bahá'u'lláh; com mais de cem volumes, abordando um vasto leque de assuntos, temos de reconhecer a sua vastidão e profundidade.(Bahá'u'lláh, Kitáb-i-Aqdas, parag. 182)
Mas não serão estas características das Escrituras Sagradas de todas as religiões? A resposta depende da forma como se encaram as Escrituras. Quando as lemos devemos ter presente que estas possuem significados profundos; por isso não nos devemos contentar com o que existe à superfície, mesmo quando os significados superficiais possam ser importantes.
Que mais nos pode dizer esta analogia sobre a Palavra de Deus? O que é que outras características do oceano nos podem dizer sobre a Palavra de Deus?
O oceano não é uma massa de água estagnada; é um sistema dinâmico. Os oceanógrafos já identificaram os fluxo das correntes marítimas entre as regiões tropicais, temperadas e polares. Desde há alguns séculos que as embarcações, ao cruzarem os oceanos, se aproveitam destas correntes marítimas para chegar aos seus destinos. Poderá a Palavra de Deus ser uma entidade dinâmica, que podemos usar para alcançar um determinado objectivo na vida?
Sabemos também que existe uma relação entre as temperaturas e correntes marítimas e o clima. Nos últimos anos, os media deram a conhecer fenómenos com El Niño e La Niña e os seus efeitos nos padrões do clima mundial. Também sabemos que existe uma relação de dependência entre as correntes oceânicas no Golfo de México e o clima nas Ilhas Britânicas. Pegando na analogia de Bahá'u'lláh, poderemos perguntar: que papel tem a Palavra de Deus no equilíbrio do nosso “clima espiritual” colectivo e pessoal?
E as perguntas não ficam por aqui. A ciência diz-nos que a vida na Terra teve origem nos oceanos. Os mares estão repletos de criaturas vivas e provavelmente a vida nos continentes não seria possível sem o mar. A atmosfera, outrora uma mistura de gases tóxicos, transformou-se ao longo do tempo numa fonte rica em oxigénio devido à influência do mar. Não haverá aqui características semelhantes com a Palavra de Deus? Não é ela a fonte de vida espiritual, capaz de transformar entidades espiritualmente mortas em criaturas espiritualmente vivas?
Entre os tesouros dos oceanos, as pérolas são usadas nas Sagradas Escrituras como símbolo do que há de mais precioso ("Não deiteis pérolas a porcos..." [Mt 7:6]). Até as ondas, uma característica constante da superfície do mar, se encontra referidas nas Sagradas Escrituras de tantas religiões.
Uma simples palavra como "oceano" é na literatura religiosa uma analogia de uma riqueza extraordinária. Nos parágrafos anteriores apresentei apenas alguns dos significados possíveis para esta analogia. Mas quantos mais existirão?
14 comentários:
Pessoal, a vocês que me conhecem, só para dizer que o meu terceiro puto, Eric, nasceu hoje às 09:50, de parto natural e sem epidural pois quando chegámos ao hospital (do Barreiro) já a coisa ia demasiado avançanda.
O puto tem 3,450g e já está a mamar. Aparentemente parece ter o cabelo claro, e o nariz meio abatatado, os olhos não deu para ver, enfim, deve sair viking como a mãe.
Vá Marco, a ver se me apanhas, se fores para o terceiro acho que vou para o quarto... :-)
Apreciei a anologia no respeitante ao clima espiritual.
Mas continuando a falar do líquido que sustenta a vida, embora já numa perspectiva diferente, vamos lá ver se hoje à noite o Sporting não mete muita água.
Parabéns, pá!
Que maravilha, hein?
:-)
Nós ainda estamos a pensar se vamos tentar o terceiro...
Como é evidente quando fiz o comentário ainda desconhecia o feliz evento.
Dou os parabéns de forma pública ao glorioso casal que vai combatendo o inverno de nascimentos que vai assolando o nosso Continente.
Parabéns Pedro...e já estás a pensar no 4º?
O mar tem realmente muito significado simbolicamente e para muitas religiões, já nos mitos egípcios Ra (penso que era Ra...) criou o mundo a partir das águas escuras primordiais – regra geral os oceanos são símbolos de caos e mutação, pela sua natureza instável. No antigo testamento também existe o monstro marinho leviatã (na mitologia egípcia este monstro tem o nome de Apófis) e continua a estar associado ao caos – e não, como é comum ouvir, ao mal.
Marco!
Muitos parabéns pela quantidade de visitas! Óptimo!
É muito saber isso!
Espero que a tua criançada e vocês estejam bem!
Beijinhos.
Ainda não acertei muito bem nos comentários deste novo template. Não sei se o comentário que deixei a dar-te os parabéns pelo número de visitantes aqui, foi para publicação ou não. Vou mandar mais este para ver se me aparece...
Beijinhoss
E a poluição dos oceanos?
Será que não dava para fazer uma analogia com a poluição da mensagem das religiões com ideias que lhes são alheias?
Por exemplo, quando se mistura religião com política isso não é poluir a religião?
Quando sociedades financeiras se apresentam sob a capa de religiões isso não é envenenar a religião?
só para te dizer olá
OI GH, meu querido
Se tudo aconteça da maneira correcta não, acho que não será poluição.
Mas se vc joga o seu lixo no oceano, no mar ou na praia, onde vai tomar banho de Sol no Verão, aí sim é mesmo poluir.
Mas como vc vê sempre o lado negativo das coisas!!!
Daniella,
Serei pessimista?
Ou serão vocês baha'is que são uns optimistas incorrigiveis?
É um facto que existe gente que perverte a religião. Porque não referir isso com a metáfora do oceâno?
No fundo a metáfora deve ser usada para referir coisas boas e más.
E esquecer as coisas más, não é uma boa atitude para quem quer resolver os problemas do mundo.
Pedro Fontela,
Tens toda a razão. Deve ser difícil encontrar uma religião que não tenha na água ou no mar um qualquer simbolismo.
GH,
O prolongamento que fazes da analogia parece-me perfeitamente válido; mas talvez por eu pertencer ao grupo dos "optimistas incorrigiveis", prefiro dar enfase aos aspectos positivos, sem obviamente esquecer os negativos.
Nós os bahá'ís!?
Enviar um comentário