quarta-feira, 28 de março de 2007

Não conheço o Islão de que falam os extremistas

O texto seguinte apresenta as ideias expostas por Faranaz Keshavjee no debate tema “A Religião no Século XXI: Motivo de Conflitos e Construtora de Paz”. Lembro que se tratam de apontamentos pessoais que podem não representar fielmente tudo o que foi dito por esta socióloga da Comunidade Ismaeli.
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Desejo um feliz Ano Novo. Estamos a viver um período de renovação espiritual; estamos a celebrar o Naw-Ruz; e também nos aproximamos da Páscoa e do “Pesach”. Neste momento é claramente mais forte o que nos une do que o que nos separa.

Os seres humanos têm necessidade de pensar em termos de bem e mal; também temos necessidade de procurar um motivo para o mal.

Reflecti muito sobre a minha identidade como muçulmana após vários acontecimentos associados ao Islão. Primeiro foi o episódio de Salman Rushdie, e depois na TV quando fui convidada a comentar umas imagens em que crianças muçulmanas eram ensinadas a cometer actos violentos em nome de Deus.

Não acredito que todos os conflitos a que assistimos tenham um cariz religioso.

Não conheço o Islão de que falam os extremistas; mas não posso dizer que eles são, ou não, são muçulmanos. Afirmar que na génese do Islão há um elevado potencial de conflito é desviar a atenção dos verdadeiros problemas do mundo.

Gostaria de perceber o que está por detrás destes comportamentos dos radicais. Não defendo radicais, nem terrorismo. Não percebo gente que se diz muçulmana e mata em nome de Deus. Mas também não percebo quem fala de “Eixo do Mal” e vê o mundo dividido entre Ocidente e “bárbaros”. Não consigo aceitar que os conflitos a que assistimos são de natureza religiosa.

Percebo o que pode levar gente desesperada a cometer actos criminosos. Mas isto não é o Islão que eu conheço.

A religião está a ser aproveitada para justificar atitudes extremistas, mas estas atitudes não estão na génese da religião.

A mim ninguém me convence que em nome do Islão alguém se deve fazer explodir num avião. Há muitas outras maneiras de contribuir para o bem da sociedade, e de uma forma muito mais positiva.

1 comentário:

Anónimo disse...

Mais desinformações desta senhora. O islão é intrinsecamente violento e intolerante desde as suas origens. Negar isso é impedir o debate sobre essa realidade e que um dia tal religião passe por um processo de depuração de tal violência.