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Neste momento vive-se uma situação paradoxal: por um lado exalta-se o pluralismo religioso e, por outro, afirma-se, com insistência, que as religiões são todas as mesma coisa, são todas equivalentes. Deus, se existe, é só um e não vale a pena andar a esforçar-se por mostrar concepções diferentes acerca do que se sabe muito pouco. Quando se afirma o pluralismo religioso, talvez se procure defender as minorias para não serem esmagadas pela maioria e enterrar de vez a intolerância e as guerras de religião. Quem diz que, afinal, as religiões são todas a mesma coisa não sabe muito de nenhuma.
A ignorância pode ser ou não atrevida. O ignorante pode desejar conhecer, escolhendo métodos adequados para a descoberta. Mas pode, também, ficar por leituras avulsas que alimentam alguma curiosidade para conversas de circunstância, aumentando o número de pretensiosos pseudo-eruditos.
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domingo, 27 de abril de 2008
Pluralismo e ignorância
Frei Bento Domingues escreve hoje no Público:
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1 comentário:
Sinto-me tentado a pensar at� que ponto esta parte do texto de Frei Bento Domingues � autobiogr�fico. Afinal, o paradoxo de exaltar o pluralismo religioso ao mesmo tempo que se afirma que todas as religi�es s�o a mesma coisa est� bem patente no achar que "Deus, se existe, � s� um e n�o vale a pena andar a esfor�ar-se por mostrar concep�es diferentes acerca do que se sabe muito pouco".
N�o h� forma mais r�pida de esvaziar um debate ou uma realidade diversa do que assumir que estamos todos para o mesmo, por muito que o pintemos de forma diferente.
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