terça-feira, 29 de julho de 2008
Incendiários atacam Bahá'ís no Irão
Atear fogo a casas, veículos e pessoas é a mais recente táctica da violência dirigida contra a Comunidade Baha’i no Irão. Depois de um incidente divulgado em diversos blogs (também referido aqui), a Comunidade Internacional Bahá’í divulgou ontem um comunicado onde descreve vários ataques incendiários contra Baha'is. Eis alguns exemplos:
15 de Julho. Pela 01H15 da manhã, vários cocktails molotov foram lançados contra o pátio da residência do Sr. Khusraw Dehghani e sua esposa Drª Huma Agahi, residentes em Vilashahr. Nos meses anteriores, várias ameaças anónimas pelo facto de ser Baha’i, levaram a Drª Agahi a fechar a sua clínica em Najafabad, onde exercera actividade médica durante 28 anos.
25 de Julho. O carro de um conhecido Bahá’í de Rafsanjan, em Kerman foi incendiado e destruído por motociclistas. Soheil Maeimi, o proprietário do veículo e 10 outras famílias Baha’is na cidade informaram que receberam cartas de um grupo que se intitula Movimento Juvenil Anti-Baha’i de Rafsanjan, onde se ameaça com jihad (guerra santa) contra os Baha’is.
10 de Junho. A propriedade de dois Bahá’ís idosos - Sr e Srªa Mousavi - residentes em Fars foi destruída pelo fogo depois de ter sido regada com gasolina. O casal e os seus dois filhos escaparam por pouco.
01 de Maio. A residência do Sr. Abdu’l-Baqi Rouhani, em Mazindaran, foi incendiada., no mesmo mês, em Karaj foi incendiado parte do edifício de apoio ao cemitério Bahá'í.
04 de Abril. A casa de um baha’i em Babolsar (norte do Irão) foi incendiada.
Fevereiro de 2008. Um comerciante de 53 anos, residente em Shiraz foi atacado, amarrado a uma árvore e regado com gasolina. Os seus raptores propunham-se queimá-lo vivo quando alguns transeuntes os surpreenderam. No mesmo mês, registaram-se várias tentativas de incêndio contra veículos e residências pertencentes a Bahá’ís.
No passado mês de Maio, as autoridades iranianas detiveram os membros da liderança informal da Comunidade Baha’i. Estes permanecem detidos na prisão de Evin, sem que tenha sido formulada qualquer acusação, sem que tenham acesso a advogados ou que possam contactar regularmente as suas famílias. Agora esta sequência de ataques incendiários deixa antever uma escalada de perseguições ainda mais sinistra. Para os Bahá’ís iranianos, a única esperança são os protestos internacionais vindos dos governos, das organizações internacionais, dos media e das opiniões públicas.
A organização Human Rights Watch, reagiu ao comunicado através da sua directora para assuntos do Médio Oriente, Sarah L. Withson. “Estes ataques incendiários são o resultado natural da mais recente campanha governamental para denegrir e atacar a comunidade Bahá’í, insultando pessoas e crenças em artigos na imprensa oficial e detendo vários dirigentes da comunidade com base em acusações não especificadas”, afirmou a Srª Withson. E acrescentou: “Quando as principais autoridades religiosas insistem em caracterizar os Bahá’ís como apóstatas e encorajam um clima de ódio contra a Comunidade Baha’i, é de esperar que este tipo de actos violentos lhes sejam dirigidos”.
Também o adido de imprensa da delegação iraniana nas Nações Unidas, Sr. Mohammad Mohammadi, reagiu ao comunicado da Comunidade Bahá’í, afirmando que “são apenas acusações não confirmadas”.
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Sobre este assunto:Iran: Religious minority reports arson attacks (CNN)Arsonists in Iran target Baha’i Homes, vehicles (BWNS)
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3 comentários:
eu acho que já não se deve ver as coisas com atacar ou não os Bahá'is, para mim o que está a acontecer é querer eliminar tudo o que não está debaixo da alçada de cada "doido", hoje são os Bahá'is, amanhã serão outros quaisquer
No caso do Irão a perseguição dos Bahá'is é muito dirigida.
Intimidação de uma minoria... tudo com "plausible deniability" claro está. Dá raiva de ter que ficar quieto!
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