segunda-feira, 20 de junho de 2011

Rio de Janeiro: Manifestação pela Liberdade Religiosa no Irão

Ontem (19-Junho), representantes do Governo, comunidades religiosas, organizações da sociedade civil, e pessoas provenientes de vários locais do Brasil encontravam-se entre os 800 defensores dos direitos humanos que se reuniram na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, numa manifestação para que o Irão cesse as perseguições aos Bahá’ís e outras minorias religiosas.

Cerca de 8000 imagens (correspondentes ao número de dias de detenção sofridos em mais de três anos na prisão) com fotos dos rostos dos sete dirigentes Bahá’ís presos no Irão foram colocadas em exibição na praia. As fotos formavam um grande círculo, representando o mundo e a união entre todas os povos e nações.



Na sua intervenção o deputado Chico Alencar deu o mote para as actividades do dia: "A liberdade religiosa é algo que não pode ser tocado."

Um participante judeu, Natan Klabin, reforçou a ideia. "Nós sabemos bem o que é ser perseguido por causa de uma religião, e, portanto, nós sabemos o quão importante é mostrar solidariedade para com outras minorias oprimidas".

Babalawo Ivanir dos Santos - representante do candomblé (religião afro-brasileira) - referiu a perseguição que a sua comunidade várias vezes enfrentou. "É por isso que sentimos que temos de protestar contra todos os tipos de intolerância religiosa. Espero que um dia não haja mais necessidade de organizar manifestações como esta, em qualquer país", afirmou.

Mil coletes amarelos - impressos com as frases "Hoje somos todos Bahá’ís" e "Libertem os setes Bahá’ís presos no Irã" - foram distribuídos, juntamente com folhetos sobre a liberdade religiosa. Vários músicos também contribuíram para o programa, apresentando canções sobre liberdade e solidariedade.

Iradj Eghrari, representante da Comunidade Baha’i do Brasil disse que demonstrar solidariedade entre as religiões é essencial para mostrar às autoridades iranianas que a perseguição não é apenas uma questão de preocupação para os Baha'is. "Se uma pessoa não demonstra apoio a minorias religiosas perseguidas, ele ou ela pode muito bem ser a próxima vítima de intolerância religiosa", disse Eghrari.



Os sete dirigentes Bahá’ís detidos eram membros de um grupo nacional ad-hoc que ajudava a responder às necessidades dos 300.000 membros da comunidade bahá'í do Irão. Após 30 meses de detenção sem julgamento, foram julgados sob falsas acusações e condenados a 20 anos de prisão, em Agosto de 2010.

ACTUALIZAÇÃO: Um vídeo sobre o evento (gentilmente cedido por Said Junior):




Sobre este assunto:
Copacabana se mobiliza pelo respeito aos bahais no Irã (O Globo)
Manifestação em Copacabana exige fim de perseguição da religião Bahá’í no Irã (Jornal do Brasil)
Protesto no RJ pede liberdade de religiosos no Irã (terra.com.br)
Ato no Rio pede fim de assédio a bahais no Irã (MRE, Brasil)

1 comentário:

Bete disse...

Estivemos lá eu e minha família! Foi maravilhoso! As pessoas vieram de Minas Gerais, Brasília, Mato Grosso,
São Paulo e outros estados para honrar os 7 Yarán e todos os que tem fome e sede de justiça no Irã!