As religiões
mundiais podem abandonar as suas pretensões de exclusividade e finalidade?
Construir
sociedades inclusivas exige uma profunda mudança de mentalidade, é a opinião da
Comunidade Internacional Baha'i (BIC) num discurso na Cimeira Global sobre
Religião, Paz e Segurança realizada no passado mês de Novembro, no Palácio das
Nações, em Genebra.
Com o apoio
da União Europeia e do governo de Espanha, o evento foi co-organizado pelo
Escritório das Nações Unidas para a Prevenção do Genocídio e a Responsabilidade
de Proteger, bem como pela Associação Internacional para a Defesa da Liberdade
Religiosa. Concentrou-se no papel e importância da liberdade religiosa na
prevenção do extremismo violento e dos crimes de atrocidade e explorou a
relação entre estes.
Os
participantes incluíram o Conselheiro Especial da ONU para a Prevenção do
Genocídio, Adama Dieng; Assessor Principal da Cultura do Fundo de População das
Nações Unidas, Azza Karam; Embaixador Geral da Aliança das Civilizações,
Ministério dos Negócios Estrangeiros e Cooperação da Espanha, Belen Alfaro
Hernandez; e o Enviado Especial da União Europeia para a Promoção da Liberdade
Religiosa ou Crença fora da UE, Jan Figel, entre outros.
Dirigindo-se
ao fórum, Diane Ala'i, representante da Comunidade Internacional Bahá'í para as
Nações Unidas em Genebra, falou sobre o papel crítico que a liderança religiosa
desempenha no desenvolvimento de mentalidades inclusivas e tolerantes.
"Construir sociedades pacíficas e salvaguardar a liberdade de religião e
crença dependem do abandono das pretensões de exclusividade e finalidade por
líderes religiosos", afirmou.
Ala'i também
discutiu a importância de cultivar a unidade entre populações diferentes.
"Viver lado a lado não é suficiente", explicou. "Pessoas de
diferentes crenças devem aprender a viver juntas".
"Estamos
a descobrir", prosseguiu, "que o serviço colectivo ao bem comum é um
poderoso factor para dissipar mal-entendidos entre as pessoas".
Mais uma vez, existe alguma acção no
mundo que seria mais nobre que o serviço ao bem comum? Há alguma bênção maior
concebível para um homem, do que ele tornar-se a causa da educação, do
desenvolvimento, da prosperidade e da honra dos seus semelhantes? Não, pelo
Senhor Deus! A mais elevada honra de todas é que as almas abençoadas segurem as
mãos dos desamparados e as libertem da sua ignorância, humilhação e pobreza, e
com motivos puros e somente por causa de Deus, se levantem e se dediquem energicamente
ao serviço das massas, esquecendo-se da sua própria vantagem mundana e trabalhando
apenas para servir o bem comum. (‘Abdu'l-Bahá, The Secret of Divine Civilization,
p. 103)
Baseando-se
no exemplo da resposta da comunidade Bahá’í no Irão à perseguição patrocinada
pelo Estado, Ala’i explicou: "A comunidade tem sido capaz de contribuir
para a mudança de corações e mentes no país através da resistência construtiva
que tem demonstrado face a décadas de opressão, trabalhando lado a lado com outros
cidadãos para o melhoramento da sociedade iraniana. "
"Na sua
abordagem construtiva à mudança social, testemunhou um nível crescente do apoio
de iranianos dentro e fora do país nos últimos anos."
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FONTE: Abandoning Religious Claims of Exclusivity and Finality (www.bahaiteachings.org)
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