quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

Abandonar as Pretensões Religiosas de Exclusivismo e Finalidade


As religiões mundiais podem abandonar as suas pretensões de exclusividade e finalidade?

Construir sociedades inclusivas exige uma profunda mudança de mentalidade, é a opinião da Comunidade Internacional Baha'i (BIC) num discurso na Cimeira Global sobre Religião, Paz e Segurança realizada no passado mês de Novembro, no Palácio das Nações, em Genebra.

Com o apoio da União Europeia e do governo de Espanha, o evento foi co-organizado pelo Escritório das Nações Unidas para a Prevenção do Genocídio e a Responsabilidade de Proteger, bem como pela Associação Internacional para a Defesa da Liberdade Religiosa. Concentrou-se no papel e importância da liberdade religiosa na prevenção do extremismo violento e dos crimes de atrocidade e explorou a relação entre estes.

Os participantes incluíram o Conselheiro Especial da ONU para a Prevenção do Genocídio, Adama Dieng; Assessor Principal da Cultura do Fundo de População das Nações Unidas, Azza Karam; Embaixador Geral da Aliança das Civilizações, Ministério dos Negócios Estrangeiros e Cooperação da Espanha, Belen Alfaro Hernandez; e o Enviado Especial da União Europeia para a Promoção da Liberdade Religiosa ou Crença fora da UE, Jan Figel, entre outros.

Dirigindo-se ao fórum, Diane Ala'i, representante da Comunidade Internacional Bahá'í para as Nações Unidas em Genebra, falou sobre o papel crítico que a liderança religiosa desempenha no desenvolvimento de mentalidades inclusivas e tolerantes. "Construir sociedades pacíficas e salvaguardar a liberdade de religião e crença dependem do abandono das pretensões de exclusividade e finalidade por líderes religiosos", afirmou.

Ala'i também discutiu a importância de cultivar a unidade entre populações diferentes. "Viver lado a lado não é suficiente", explicou. "Pessoas de diferentes crenças devem aprender a viver juntas".

"Estamos a descobrir", prosseguiu, "que o serviço colectivo ao bem comum é um poderoso factor para dissipar mal-entendidos entre as pessoas".

Mais uma vez, existe alguma acção no mundo que seria mais nobre que o serviço ao bem comum? Há alguma bênção maior concebível para um homem, do que ele tornar-se a causa da educação, do desenvolvimento, da prosperidade e da honra dos seus semelhantes? Não, pelo Senhor Deus! A mais elevada honra de todas é que as almas abençoadas segurem as mãos dos desamparados e as libertem da sua ignorância, humilhação e pobreza, e com motivos puros e somente por causa de Deus, se levantem e se dediquem energicamente ao serviço das massas, esquecendo-se da sua própria vantagem mundana e trabalhando apenas para servir o bem comum. (‘Abdu'l-Bahá, The Secret of Divine Civilization, p. 103)

Baseando-se no exemplo da resposta da comunidade Bahá’í no Irão à perseguição patrocinada pelo Estado, Ala’i explicou: "A comunidade tem sido capaz de contribuir para a mudança de corações e mentes no país através da resistência construtiva que tem demonstrado face a décadas de opressão, trabalhando lado a lado com outros cidadãos para o melhoramento da sociedade iraniana."

"Na sua abordagem construtiva à mudança social, testemunhou um nível crescente do apoio de iranianos dentro e fora do país nos últimos anos."

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