Pela 29ª vez
desde 1985, a Assembleia-Geral das Nações Unidas condenou o governo iraniano
devido à situação dos direitos humanos naquele país. O texto da resolução -
apresentado pelo Canadá e patrocinado por outros 41 países - foi adoptado com
85 votos a favor, 35 contra e 63 abstenções.
Intitulado
“Situação dos Direitos Humanos na Republica Islâmica do Irão”, o texto da
resolução expressa "séria preocupação" com a alta taxa de execuções no
Irão sem protecções legais, uso contínuo de tortura, detenções arbitrárias
generalizadas, limites rigorosos à liberdade de reunião, expressão e crença
religiosa, e discriminação contínua contra mulheres, minorias étnicas e
religiosas, incluindo os Bahá’ís.
"A
votação de hoje deixa claro que o mundo continua profundamente preocupado com o
modo como o Irão trata os seus próprios cidadãos, ao mesmo tempo que levanta
questões sobre a genuína vontade do Irão em cumprir as suas obrigações como
membro da comunidade internacional", disse Bani Dugal, representante da
Comunidade Internacional Bahá'í nas Nações Unidas.
"Infelizmente,
a lista de violações dos direitos humanos no Irão é longa", continuou
Dugal. "Apesar dos representantes iranianos negarem, é difícil perceber sinais
de progresso. Isto é especialmente verdadeiro para os Bahá'ís iranianos que
enfrentam, entre outras formas de opressão, uma política de "apartheid
económico" por parte do seu governo, que a qualquer momento os pode privar
de empregos, educação e liberdade para praticar Sua religião conforme dita a
sua consciência."
"No
início de Novembro, por exemplo, 124 lojas e empresas Bahá'ís foram seladas
pelo governo depois dos seus proprietários fecharam por dois dias para observar
um importante dia sagrado Bahá’í. Além disso, os Bahá'ís continuam impedidos de
frequentar livremente a universidade e estão sujeitos a todo o tipo de restrições.
Também enfrentam detenção arbitrária e prisão por actividades religiosas
legítimas", acrescentou Dugal.
Dugal
salientou que cerca de 86 Bahá'ís estão actualmente presos e que, desde 2005,
mais de 900 Bahá’ís foram presos e pelo menos 1100 incidentes de exclusão económica
foram documentados. "A situação não melhorou sob a administração do
presidente Hassan Rouhani", acrescentou.
Entre outras
coisas, a resolução hoje aprovada pede ao Irão que elimine "todas as
formas de discriminação, incluindo restrições económicas" contra as
minorias religiosas no Irão. Também pede a libertação de "todos os
praticantes religiosos detidos devido à sua participação ou actividades em nome
de um grupo religioso minoritário reconhecido ou não reconhecido, incluindo os
sete líderes Bahá’ís".
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