Uma nova epidemia - que agora se tornou pandemia - está a perturbar o equilíbrio do mundo. Como estamos a reagir? Sentimo-nos ansiosos ou calmos?
No dia 11 de Março de 2020, a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou o surto de COVID-19 como pandemia. Esta nova pandemia é provocada por um membro da família do coronavírus que nunca tinha estado em contacto com os humanos. O COVID-19 é uma doença respiratória que os especialistas acreditam ter origem animal.
Apesar do vírus poder ser mortal, as estatísticas preliminares indicam que a maioria dos infectados com o vírus apenas tem sintomas moderados, e a esmagadora maioria das pessoas que contrai a doença pode recuperar plenamente.
No entanto, já morreram muitas pessoas devido ao COVID-19, e na China, onde a doença teve origem, a taxa de mortalidade atingiu os 2,3% - um valor mais elevado do que a pandemia da Gripe Espanhola no início do século XX. (ver relatório do Centro Chinês de Controlo e Prevenção de Doenças, de Fevereiro de 2020, Journal of the American Medical Association, aqui)
Assim, é importante ter presente que, enquanto os cientistas trabalham diligentemente nas soluções e tentam desenvolver uma vacina, há uma coisa que continua plenamente sob nosso controlo: a nossa paz de espírito.
Com base nisto, aqui ficam cinco estratégias para nos ajudar a navegar nestas incertezas:
1. Manter a Calma
O pânico durante a doença não ajuda ninguém. Não precisamos de ser vítimas do medo ou da incerteza, que podem ser contraproducentes e consumir a nossa energia. Uma atitude positiva e um sistema imunitário forte são a nossa melhor linha defensiva. Os ensinamentos Bahá’ís lembram-nos que manter a situação em perspectiva e focarmo-nos na gratidão e em vez do medo são o melhor remédio para a ansiedade.
Mantem-te calmo, sê forte, sê grato e torna-te uma lâmpada cheia de luz, para que as trevas da tristeza sejam aniquiladas e o sol da alegria eterna se erga no lugar da alvorada do coração e da alma, brilhando resplandecente. (‘Abdu’l-Bahá, Tablets of ‘Abdu’l-Bahá)
Quando a calamidade atacar, sê paciente e fica tranquilo. Por muito aflitivos que os teus sofrimentos possam ser, não te perturbes, e com confiança perfeita na graça abundante de Deus, enfrenta a tempestade de tribulações e provações ardentes. (‘Abdu’l-Bahá, Selections from the Writings of ‘Abdu’l-Bahá, #35)
2. Estar informado
A desinformação é agressiva; por isso, não podemos ficar à mercê de informação pouco fiável ou sensacionalista. Infelizmente, no início do surto do COVID-19 houve pessoas de origem asiática que foram vítimas de agressões raciais e disseminaram-se os preconceitos contra os asiáticos. Segundo um artigo recente no The Washington Post: “A OMS pediu aos organismos governamentais que tomassem medidas para impedir a discriminação contra populações específicas, pois a estigmatização pode acelerar a disseminação da epidemia ao levar os indivíduos marginalizados a esconder as infecções e a evitar procurar tratamento.”
Ao obtermos informações de fontes credíveis e cientificamente correctas, evitamos superstições, preconceitos e reacções ilógicas. As fontes credíveis incluem:
- The Center for Disease Control (CDC)
- Organização Mundial de Saúde (OMS)
- Governo de Portugal – Resposta ao COVID-19
- Direcção Geral de Saúde (Portugal)
- Ministério da Saúde (Brasil)
- Faculdade de Medicina (Universidade de Lisboa)
- Os principais meios de comunicação social com experiência na área da saúde, nomeadamente, The New York Times, The Washington Post, and The Boston Globe’s STAT News.
3. Estar Protegido
Segundo o Center for Disease Control and Prevention, “a melhor forma de prevenir a doença e evitar ficar exposto a este vírus”. As formas de nos protegermos incluem:
- Tapar a boca e o nariz quando se espirra.
- Lavar as mãos durante 20 segundos (pelo menos) antes de comer e frequentemente ao longo do dia, especialmente quando se regressa a casa depois de ter estado num espaço público.
- Manter objectos em que tocamos regularmente (computadores, telemóveis/celulares, interruptores, etc) minuciosamente limpo. Evitar tocar no nariz, boca e olhos.
- Beber muitos líquidos.
- Ingerir comida saudável e evitar comer fora de casa.
- Manter o nível de stress no mínimo.
4. Ficar em casa
Os especialistas recomendam que todas as pessoas devem praticar o distanciamento social; é importante manter espaço físico entre as pessoas para diminuir a velocidade de disseminação do vírus.
Se você se sentir doente, a melhor solução para uma recuperação rápida pode passar por ficar em casa, descansar e ter cuidado consigo próprio. Fale com o médico (ou com as linhas telefónicas de emergência) se tiver sintomas semelhantes à gripe. As pessoas vão ser compreensivas; ir adoentado para a escola ou para o trabalho não ajuda ninguém. Existe a opção de fazer compras online com entregas em casa.
5. Lembre-se que Deus está consigo
A oração e a meditação trazem alívio e conforto. Podemos renovar a nossa paz interior ao voltarmo-nos para os ensinamentos espirituais dos fundadores das grandes religiões. Agora é um momento de oração, reflexão e desprendimento. No meio de experiências difíceis, renovamos a nossa fé e focamo-nos no espírito. Lembremo-nos que Deus está connosco:
Estamos convosco em todos os momentos e fortalecer-vos-emos através do poder da verdade. (Gleanings from the Writings of Baha’u’llah, LXXI)
Que se apeguem à orla do Deus Omnipotente e ponham a sua fé na Beleza do Altíssimo; que confiem na ajuda infalível que vem do Reino Antigo e se entreguem ao cuidado e protecção do Senhor generoso. (Selections from the Writings of Abdu’l-Baha, #2)Sabemos que nos próximos dias o COVID-19 vai continuam a espalhar-se; mas podemos preparar-nos física e espiritualmente para que o medo não invada os nossos corações e mentes. Se nos unirmos como um só planeta e percebermos o quanto precisamos uns dos outros, então certamente que encontraremos soluções.
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Texto original: Overcoming Fear: 5 Ways to Find Peace of Mind During the COVID-19 Outbreak (www.bahaiteachings.org)
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Kathy Roman é educadora reformada, aspirante a escritora, esposa e mãe de dois filhos que vive em Elk Grove, California (EUA), onde serve como responsável de Informação Pública Bahá’í.
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