sexta-feira, 23 de abril de 2004

Santuário Bahá’í destruído no Irão

Recebi hoje esta notícia. Tem data de 22 de Abril. É um dia triste para mim.
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Em Nova Iorque, a Comunidade Internacional Bahá’í tomou conhecimento que autoridades iranianas destruíram um local sagrado para os bahá’ís.

O santuário de Quddus, uma figura proeminente nos primeiros anos da história bahá'í, foi completamente destruído, apesar dos protestos dos bahá’ís a nível locai e internacional.

"A destruição e profanação deste local sagrado foi efectuado com o conhecimento do governo iraniano, ao qual já tinham sido feitos repetidos apelos sobre este assunto", informou Bani Dugal, a representante da Comunidade Internacional Bahá'í nas Nações Unidas.

"Este acto representa mais um exemplo da constante perseguição à comunidade bahá’í do Irão (que conta com mais de 300.000 pessoas), facto que contradiz as declarações do governo iraniano, segundo o qual a situação dos direitos humanos no país está a melhorar", afirmou Dugal.

A destruição do santuário iniciou-se em Fevereiro mas foi temporariamente suspensa depois dos bahá’ís terem exigido a apresentação de uma autorização legal para o trabalho de demolição

Os bahá’ís contactaram as autoridades locais e por uns tempos parecia que os trabalhos tinham sido suspensos. Mais recentemente descobriram que o trabalho de demolição do santuário tinha prosseguido de forma encoberta durante alguns dias até que a estrutura foi totalmente demolida.

Neste santuário estavam os restos mortais de Mulla Muhammad-'Ali Barfurushi, conhecido como Quddus (O Mais Sagrado). Quddus foi um dos principais discípulos do Báb, o Profeta–Arauto da Fé Bahá’í.

"O mínimo que o governo iraniano pode fazer neste momento é entregar à comunidade bahá’í os seus restos mortais" disse Dugal. "Pedimos o apoio da comunidade internacional para este objectivo".

A Srª Dugal acrescentou que a destruição do santuário surgiu pouco depois da comunidade internacional não ter obtido o consenso para aprovar uma resolução sobre a situação dos direitos humanos no Irão.

Desde a fundação da Republica Islâmica do Irão em 1979, mais de 200 bahá'ís foram mortos por autoridades governamentais. Centenas foram encarcerados, milhares foram privados das suas propriedades, de acesso ao ensino, expulsos dos empregos, apenas devido às suas convicções religiosas.

As mortes e os aprisionamentos diminuíram nos últimos anos, como resultado dos protestos internacionais, nomeadamente de uma série de resoluções da Comissão de Direitos Humanos das Nações Unidas (CDHNU).

Nos últimos dois anos o CDHNU não conseguiu aprovar uma resolução sobre o assunto devido a esforços das autoridades iranianas que dizem querer "dialogar" com as nações Ocidentais.

"Infelizmente" disse a Srª Dugal "os Bahá'ís no Irão ainda enfrentam no seu dia a dia, uma privação sistemática dos seus direitos como cidadãos iranianos – não apenas em termos de direitos civis e políticos, mas também em termos de direitos sociais, culturais e económicos".

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