domingo, 2 de maio de 2004

Foi há 141 anos: o fim do Primeiro Exílio

Em 1863, após dez anos de exílio em Bagdade, a popularidade de Bahá'u'lláh e do pequeno número de "exilados persas" era suficiente para incomodar as autoridades persas e otomanas. Os persas temiam pelo peregrinos xiitas que se deslocavam em peregrinação a Kerbala e a Najaf, e que se convertiam à nova religião (depois de visitarem Bagdade); os otomanos receavam que a popularidade daquele grupo de persas fosse prelúdio de alguma revolta entre a população xiita.

Deste modo, sentiram que a melhor solução seria exilar Bahá'u'lláh para longe da fronteira persa-otomana; o local escolhido foi a capital do império: Constantinopla. Pensavam que ali, próximo da corte imperial, as actividades daqueles exilados seriam mais controladas e menor o contacto com os apoiantes daquela nova religião.

Depois de receberem a ordem de partida para Constantinopla, Bahá'u'lláh, familiares e o pequeno grupo de exilados acamparam no jardim de Ridvan (em português, "Paraíso") nos arredores de Bagdade. Durante doze dias, receberam visitas de despedidas dos notáveis e de muita população da cidade.



Foi durante esses dias que Bahá'u'lláh revelou a alguns dos Seus discípulos que Ele era o Prometido anunciado pelo Báb. Aos que receberam esta boa nova foi pedido que não a revelassem por enquanto. A revelação da Sua posição apenas seria feita anos mais tarde.

Estes dias em que Bahá'u'lláh esteve no jardim de Ridvan é assinalado no calendário bahá’í como o "Festival de Ridvan". É celebrado entre os dias 21 de Abril e 2 de Maio.

Parece-me que é possível estabelecer um certo paralelismo entre este episódio e o momento em que Cristo anuncia aos apóstolos que Ele é o Messias, pedindo que mantivessem o segredo por algum tempo (Lc 9:18-21).

Mais detalhes sobre os acontecimentos no jardim de Ridvan encontram-se no livro God Passes By (há uma tradução brasileira deste livro com o título "Presença de Deus")

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