quarta-feira, 21 de dezembro de 2005

Dhabihu'llah Mahrami

Dhabihu'llah Mahrami
Dhabihu'llah Mahrami era um bahá'í iraniano. Nascido em 1946 trabalhou como funcionário público até à revolução islâmica de 1979, altura em vários milhares de bahá’ís foram despedidos dos seus empregos. Desde então foi vivendo de biscates e pequenos serviços para sustentar a esposa e os quatro filhos.

Em 1995, foi detido sob a acusação de apostasia. Apesar de sempre ter sido bahá'í, em Janeiro de 1996, um Tribunal Revolucionário condenou-o à morte por alegadamente se ter convertido do Islão à religião Bahá'í; algumas fontes governamentais iranianas ainda alegaram que ele era uma "espião israelita", mas os documentos do tribunal indicavam que ele era apenas acusado de apostasia, um crime punido com a pena de morte, segundo a lei islâmica tradicional.

A sentença do tribunal despertou a atenção de alguns media internacionais. O Le Monde, o Liberation, a BBC, a Reuters e a France Press deram uma considerável atenção ao caso. E a União Europeia, assim como governos da Austrália, Brasil, Canadá, França, Alemanha, Reino Unido e Estados Unidos apresentaram vários protestos, referindo explicitamente o nome de Dhabihu'llah Mahrami. Esta pressão internacional permitiu que, em 1999, a sua pena fosse comutada para prisão perpétua.

Nas estatísticas recentes sobre a situação da comunidade bahá'í no Irão, Mahrami era contado entre os nove bahá’ís ainda detidos em prisões iranianas. No passado dia 15 de Dezembro, após dez anos de detenção, Mahrami faleceu na prisão de Yazd. O funeral realizou-se no dia seguinte, o mesmo dia em que a Assembleia Geral da ONU aprovava uma resolução em que expressava "profunda preocupação" sobre a situação dos direitos humanos no Irão e referindo especificamente os bahá’ís daquele país.

Os motivos da sua morte são desconhecidos. Sabia-se que Mahrami não tinha problemas de saúde, mas que esteve sujeito a trabalhos forçados e que recebeu várias ameaças de morte durante o cativeiro.

Agora Dhabihu'llah Mahrami - cujo único crime era professar a religião bahá'í - conta-se entre os mais de 200 crentes desta religião que foram executados ou morreram nas prisões iranianas desde o início da revolução islâmica.

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A LER:
Iranian Bahai dies after 10 years in prison (Reuters/Yahoo)Wrongly imprisoned Baha'i dies in Iranian jail (BWNS)
Dhabihullah Mahrami: Prisoner of Conscience (Amnistia Internacional - 1996)
Bahá'í Prisoners in Iran on Death Row for Apostasy (US House of Representatives)Iran Should Release Baha'i Prisioner (Freedom House - 2004)Court documents & government-related material (Baha'i Library)

1 comentário:

Anónimo disse...

E nós aqui preocupados com os crucifixos!
:-(