domingo, 29 de abril de 2007

Ridvan (2)

O MOMENTO DA REVELAÇÃO

Como já escrevi em posts anteriores, durante o Festival de Ridvan os Bahá’ís celebram a declaração de Bahá'u'lláh feita em 1863, quando Ele anunciou a Sua missão profética. Sobre o momento exacto da Declaração feita pelo fundador da religião Bahá'í, Shoghi Effendi escreveu:
"Sobre as circunstâncias exactas que rodearam esta declaração histórica, estamos, infelizmente, pouco informados. As palavras pronunciadas por Bahá'u'lláh nessa ocasião, a forma como apresentou a Sua declaração, a reacção que esta produziu, o impacto causado em Mirza Yahyá[1], a identidade daqueles que tiveram o privilégio de ouvir Bahá'u'lláh, tudo está envolto numa obscuridade que os historiadores futuros terão dificuldade em discernir"[2]
Dos escassos relatos que existem, destacam-se dois testemunhos de familiares de Bahá'u'lláh. 'Abdu'l-Bahá afirmou que na tarde da Sua chegada ao jardim de Ridvan, Bahá'u'lláh revelou ser "Aquele que Deus tornará Manifesto" (o Profeta prometido pelo Báb).

Uma rua de Bagdade (ilustração de 1825)

A filha de Bahá'u'lláh, Bahiyyih Khanum, porém, terá dito que Bahá'u'lláh nesse dia anunciou a Sua missão em privado a 'Abdu'l-Bahá e outras quatro pessoas. De acordo com o seu relato, “Ele ordenou-lhes que mantivessem segredo pois ainda não tinha chegado o momento de uma declaração pública; mas havia motivos que O levavam a pensar que era necessário fazer aquela revelação apenas para alguns”[3]. Devido ao carácter reservado do anúncio, a que a maioria dos Babis (incluindo os que estavam exilados com Bahá'u'lláh) apenas tomaram conhecimento da Sua declaração alguns anos mais tarde, durante o exílio em Adrianópolis.

Independentemente das circunstâncias em que este anúncio ocorreu, nas escrituras de Bahá'u'lláh reveladas durante o exílio em Bagdade é possível identificar excertos que sugerem de forma implícita que Ele era o Manifestante prometido pelo Báb.

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NOTAS
[1] - Um meio-irmão de Bahá'u'lláh que era considerado líder dos Babis.
[2] - Presença de Deus, Cap. 9
[3] - The Master in Akka, p. 39

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