quarta-feira, 2 de julho de 2008

Escolas Egípcias recusam inscrição de crianças Bahá'ís

Segundo noticiava ontem a versão online do jornal egípcio Daily News, as escolas egípcias estão a recusar a inscrição de crianças de famílias baha’is. Isto acontece cinco meses após uma decisão de um tribunal Egípcio ter reconhecido o direitos dos membros desta minoria religiosa poderem receber bilhetes de identidade sem indicação da sua filiação religiosa.


Adel Ramadan, um advogado da Egyptian Initiative for Personal Rights (EIPR) – a organização que defendeu o caso dos Baha’is – afirma que as escolas se recusam a aceitar os antigos documentos de identidade. Pode parecer estranho que os Baha’is ainda não possuam os novos documentos de identificação (produzidos por um sistema informático), e se vejam forçados a usar os antigos documentos. Mas a verdade é que as autoridades egípcias têm vindo a protelar a implementação da decisão judicial; esta atitude mantém os Baha’is como cidadãos sem direitos. Recorde-se que sem os novos bilhetes de identidade um cidadão egípcio não pode ter acesso a serviços básicos como assistência médica, abrir uma conta num banco, casar, registar um filho, etc.

Na opinião de Adel Ramadan, o Ministério do Interior (responsável pela emissão de bilhetes de identidade) escusa-se a implementar uma decisão judicial, e o Ministério da Educação segue uma política que viola a Constituição.

Imaginem só o que aconteceria se alguma escola na Europa inventasse um pretexto burocrático qualquer para recusar a inscrição de crianças muçulmanas? Quantas notícias de jornal se imprimiriam sobre este assunto? Quantos minuto dedicariam os telejornais? Quantos debates e editoriais? Quanta intelectualidade bem pensante se escandalizaria com essa “Islamofobia”? Quantos embaixadores de países muçulmanos pediriam esclarecimentos ou seriam chamados aos seus países?

E o que fazem hoje os jornais europeus sobre a situação dos Baha’is no Egipto? O que dizem os telejornais, os editoriais, os intelectuais? Porque é que ninguém se escandaliza com a “bahai-ofobia” nos países muçulmanos? Não é estranho que seja apenas um jornal egípcio a dar esta notícia?

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