Excertos de um artigo de Margarida Santos Lopes, ontem no Público.
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Tropecei em Lanat Abad quando fazia um documentário sobre os rituais fúnebres dos zoroastras, judeus, cristãos arménios e bahá'ís. Era uma encomenda de uma instituição ecuménica canadiana para o festival Métropolis de Montreal. Queria filmar o cemitério de Khavaran, um espaço simbólico onde estão reunidas todas as minorias religiosas, e onde a estética e a arquitectura funerárias contrastam com as normas dos muçulmanos xiitas - a maioria da população. Lanat Abad - sem lápides, sem fotos, sem flores - fica bem próxima de Golestân Javid, espécie de gueto onde os baha'ís, perseguidos como apóstatas, enterram quase clandestinamente os seus entes queridos, deixando sobre os túmulos doces e chocolates.
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Todas as minhas companheiras de cela me ensinaram lições importantes. Fariba e Mahvash, por exemplo, ensinaram-me que devemos tentar transformar os desafios em oportunidades. Que não devemos odiar nem mesmo aqueles que nos enganaram profundamente. Podemos converter a nossa fúria em energia positiva, num poder que faz avançar o mundo. Fariba e Mahvash, que entraram no terceiro ano de prisão sem culpa formada, são dirigentes da comunidade bahá'í, a maior minoria religiosa do Irão, privada de todos os direitos básicos.
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